Depois de reatadas as relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, as portas do negócio que ligam ambos os países voltaram a abrir-se. A Google é uma das primeiras empresas da indústria tecnológica a aproveitar a oportunidade.

A gigante vai até ao Estado insular para colaborar num projeto de larga escala que vai instalar uma rede Wi-Fi e um acesso de banda larga móvel ao longo de todo o país, mas, agora, facilitou também o acesso aos seus serviços através da instalação de servidores no país. Os planos da Google para a instalação deste serviço já tinham sido anunciados em março do ano passado pelo então presidente norte-americano Barack Obama, mas a empresa só celebrou acordo com a ETECSA, a operadora nacional cubana, no passado mês de dezembro. O serviço está operacional desde esta quarta-feira, dia 26 de abril.

Os servidores utilizados para alojar conteúdos fazem parte da rede global da empresa e vão fornecer aos internautas cubanos uma alternativa à rede de internet pública. Neste caso, em vez de se manterem ligados através do cabo submarino que liga o país à internet, os utilizadores podem aceder aos conteúdos alojados nos servidores Google instalados em Cuba.

O país apresenta um dos níveis mais baixos de acesso à internet no hemisfério ocidental do globo. Para a maioria dos cubanos, a internet está apenas disponível através de hotspots públicos - são cerca de 240, ao todo - que podem ser utilizados durante uma hora por 1,50 dólares, 6% do ordenado médio em Cuba.

A ETECSA tem planos para instalar internet em mais de 2 mil casas, mas o serviço vai custar cerca de 15 dólares por 30 horas de internet a velocidades de 128 kilobytes por segundo.

Numa publicação feita no seu blog oficial a Google explica que "os cubanos que já tiverem acesso à internet e quiserem utilizar os seus serviços podem esperar uma melhoria na qualidade do serviço e uma redução na latência para consultar conteúdos em cache".