A FTX apresentou um plano para devolver aos investidores todo o dinheiro que perderam com a falência da plataforma e antecipa mesmo que alguns destes investidores vão conseguir recuperar mais que o dinheiro perdido.
Num documento entregue esta quarta-feira em tribunal, a FTX detalha que a dívida da plataforma cripto ronda neste momento os 11,2 mil milhões de dólares (qualquer coisa como 10,4 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual).
Na mesma informação refere que tem entre 14,5 mil milhões de dólares (13,5 mil milhões de euros) e 16,3 mil milhões de dólares (15,1 mil milhões de euros) para distribuir pelos credores.
O dinheiro que sobrar, após o pagamento das dívidas, será usado para pagar juros, sendo que a maioria dos clientes terão acesso a uma taxa de juro de 9%. É um prémio bem menor do que aquele que resultaria da negociação normal de criptoativos, onde os investidores tinham aplicado o seu dinheiro, mas é muito melhor do que faziam prever as primeiras perspetivas.
Os credores com perdas reclamadas iguais ou inferiores a 50 mil dólares, por exemplo, vão receber 118% do valor reclamado, segundo o plano submetido ao tribunal, onde também se refere que 98% dos clientes da FTX estão neste grupo.
A FTX quando pediu falência era o terceiro maior exchange do mercado de criptoativos. A falência foi precipitada pela retirada massiva de fundos da plataforma depois da Binance ter recuado na compra da empresa, alegando dúvidas em relação às contas do império construído por Sam Bankman-Fried.
O empreendedor, que chegou a ter quase um estatuto de estrela foi forçado a deixar a liderança da companhia quando começou o colapso financeiro da empresa- Foi entretanto detido, julgado e sentenciado a 25 anos de prisão por fraude.
Os fundos reunidos pela FTX para pagar aos credores resultam da venda de um conjunto de ativos detidos por empresas do grupo - a Alameda e a FTX Ventures.
O futuro da FTX depois de seladas as dívidas é incerto. Por enquanto a empresa é liderada por John Ray III, gestor judicial que já assumiu as rédeas de de várias outras empresas com falências sonantes, como a Enron.
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