Estados Unidos e Europa apresentaram os resultados de dois anos de colaboração no âmbito do Conselho de Comércio e Tecnologia e deram pistas sobre as prioridades que vão continuar a orientar a colaboração das duas regiões daqui em diante, no âmbito deste fórum político.
Especialistas dos dois lados do atlântico vão continuar a trabalhar em conjunto em áreas como a inteligência artificial, tanto para criar soluções que ajudem a resolver desafios globais, como agora também para encontrar uma bitola comum para medir os riscos da tecnologia.
A inteligência artificial para o bem comum é uma preocupação comum dos dois lados do atlântico, frisa-se num dos documentos que saem deste balanço, e uma das áreas onde a colaboração vai continuar, com os parceiros a reafirmarem o compromisso de trabalhar em conjunto para potenciar o uso da IA ao serviço da investigação e para encontrar respostas para desafios globais.
Numa das notas divulgadas revela-se que a cooperação científica das duas regiões neste domínio vai continuar orientada para iniciativas com impacto no bem-estar das sociedades e para a valorização de projetos e metas comuns às duas regiões, através de recursos de inteligência artificial.
Nos últimos seis meses esta colaboração já terá dado azo a mais de 100 horas de reuniões científicas entre especialistas dos diferentes países, que terão resultado em avanços importantes para a colaboração em várias áreas, com destaque para a otimização energética, resposta a situações de emergência, reconstrução urbana, previsão de condições meteorológicas e climáticas extremas.
Em caso de catástrofes, como incêndios florestais e inundações, exemplifica-se, combinar tecnologias avançadas como a inteligência artificial, sistemas de informação geográfica ou análise de dados em tempo real, pode ajudar as equipas de emergência a antecipar, otimizar e coordenar ações de uma forma mais eficaz.
Nas restantes áreas onde os grupos de cientistas têm colaborado, o potencial das tecnologias de IA pode igualmente ajudar a dar robustez a soluções em desenvolvimento, que as duas regiões querem continuar a trabalhar em conjunto.
Nestas áreas, os especialistas estão a colaborar para desenvolver novas soluções recorrendo, por exemplo, a réplicas digitais das cidades e usando modelos de IA preditivos e funcionalidades de simulação. Desta forma podem desenhar projetos de reconstrução e testar cenários, antes de ser necessário colocar soluções em prática no terreno, ou antecipar os fenómenos extremos que podem vir a exigir essas soluções de reconstrução.
Para os próximos meses promete-se mais colaboração nas mesmas áreas e a apresentação já de resultados de algum deste trabalho conjunto de investigação, para encontrar soluções que usem o poder da IA na resposta a desafios globais.
Um pouco à semelhança do que já tinha sido confirmado há dias com o Reino Unido, no âmbito deste fórum, UE e EUA anunciaram também “um novo diálogo entre o Gabinete de IA da UE e o Instituto de Segurança dos EUA sobre o desenvolvimento de ferramentas, metodologias e parâmetros de referência para medir e avaliar os modelos de IA”.
Uma colaboração do mesmo género foi anunciada há dias com o Reino Unido, já com indicação de que outros países deveriam juntar-se ao esforço de criar critérios de avaliação e medição comuns para os riscos e segurança da IA.
A assinalar o balanço de dois anos de cooperação, UE e EUA divulgaram ainda que adotaram esta sexta-feira uma visão comum 6G, que “define um caminho para a liderança nesta tecnologia” e assinaram um acordo administrativo para a colaboração no domínio da investigação, na mesma área.
Na área dos semicondutores revelou-se que vai ser prolongado por mais três anos os dois acordos de cooperação para identificar sinais precoces de falhas na cadeia de abastecimento e promover a transparência das subvenções entregues ao sector. Também aqui se renovam os compromissos da colaboração na área da investigação, para encontrar alternativas aos componentes de maior impacto ambiental, usados na produção de chips.
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