Os Estados Unidos acreditam que a Huawei continua a não ter condições para produzir chips avançados em larga escala. O tema voltou ao debate com o lançamento do Mate 60 Pro da Huawei, que usa um SoC de 7 nanómetros, desenhado pela divisão de chips da empresa e produzido pela fabricante, também chinesa, SMIC.
Antes deste lançamento, três empresas de estudos de mercado que cobrem o mercado chinês de smartphones já tinham dito à Reuters que a Huawei se preparava para voltar ao 5G com novas ofertas, no final do ano. Para tal a empresa teria conseguido “dar a volta” ao bloqueio imposto pelos Estados Unidos, precisamente da forma que permitiu o lançamento do Huawei Mate 60 Pro, com a sua tecnologia e a capacidade de produção da SMIC.
Em reação a esta informação e ao lançamento do Mate 60 Pro com 5G, a secretária norte-americana do comércio disse esta terça-feira que as investigações realizadas até à data não encontraram indícios de que a China consiga já fabricar chips avançados em massa. Não sem acesso a tecnologia desenvolvida direta ou indiretamente nos Estados Unidos. “Não temos nenhuma evidência de que consigam produzir chips de 7 nanómetros em escala”, referiu Gina Raimond numa audição no Congresso, como cita o TechCrunch.
Recorde-se que a Huawei não deu detalhes do processador integrado no Mate 60 Pro, mas logo que o modelo foi lançado foi dissecado para apurar a origem das tecnologias usadas no fabrico do processador de suporte. Na altura um congressista americano veio mesmo dizer que as conclusões desta análise sugeriam que o chip pode só ter sido desenvolvido violando as sanções americanas. Se assim fosse, o país deveria considerar um bloqueio total de acesso da Huawei e da SMIC a tecnologia de fabricantes norte-americanos.
A TechInsights, que analisou o Mate 60 Pro à lupa, por seu lado, pareceu impressionada com os progressos que a Huawei conseguiu fazer para contornar as limitações que lhe foram impostas pelas políticas dos Estados Unidos.
"A descoberta de um chip Kirin que utiliza o processo de fundição de 7nm (N+2) da SMIC no novo smartphone Huawei Mate 60 Pro demonstra o progresso técnico que a indústria de semicondutores da China tem sido capaz de fazer, sem as ferramentas de litografia EUV", comentava na altura o vice-presidente da empresa Dan Hutcheson.
O EUV é um tipo de tecnologia litográfica óptica usada no fabrico dos circuitos integrados dos semicondutores.
Antes do lançamento do Mate 60 Pro várias outras notícias tinham já surgido a dar pistas sobre os progressos alcançados pela Huawei para criar alternativas às limitações que as sanções dos Estados Unidos lhe impuseram. A própria Huawei revelava em março que já tinha redesenhado 13.000 peças dos seus equipamentos para contornar as sanções dos EUA, incluindo 4.000 placas de circuito.
A Huawei foi uma das primeiras empresas a figurar na lista negra de empresas de tecnologia para os Estados Unidos, ainda em 2019. A SMIC passou a estar na mira das autoridades americanas no final do ano seguinte. As restrições impostas às exportações para estas empresas devem-se aos alegados indícios das ligações entre as companhias e o governo chinês, e o potencial uso da tecnologia que fabricam e comercializam para fins militares, que ponham em causa a segurança nacional dos Estados Unidos.
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