Haverá apenas 31 professores de informática ainda disponíveis para preencher centenas de horas de aula por atribuir, noticia esta quinta-feira o jornal Público, tendo por base uma listagem da Direcção-Geral da Administração Escolar (DGAE).  

Segundo o diário, a lacuna é estrutural e tem-se agravado nos últimos anos, com a profissão a revelar pouca capacidade para atrair quem tem a formação exigida, que acaba por preferir outros percursos profissionais.   

Esta quarta-feira existiam 397 horas de aulas de informática por preencher, entre os horários que ainda estão em falta neste arranque de ano letivo um pouco por todo o país, segundo dados do site Escolas Perto de Mim, apurados pelo Expresso. 

O mesmo site indicava que, a nível nacional, estão por preencher 1.925 horários em 553 escolas, o que segundo a Fenprof significa que mais de 100 mil alunos continuam sem aulas, a uma ou mais disciplinas. 

A maior parte das vagas por preencher referem-se a professores de informática, técnicos especializados (como psicólogos ou assistentes sociais), professores de geografia e de física e química, por esta ordem. A maior parte das vagas que as escolas estão agora a tentar suprimir referem-se a professores de informática (20,7%). 

No alerta lançado esta quarta-feira sobre o assunto, a Fenprof sublinhava a importância da “valorização da profissão docente, designadamente no que respeita à estabilidade, carreira ou condições de trabalho, medidas indispensáveis para tornar a profissão atrativa”, uma reivindicação feita de forma genérica para a profissão. Os horários que ainda estão por preencher nas diferentes instituições de ensino do país são agora resolvidos por meio de contratações diretas, realizadas pelas escolas.  

Recorde-se que, já em agosto, o Público dava conta que este ano letivo a realização de aulas de informática em algumas escolas podia voltar a estar em risco, por causa da escassez de professores. À data, os números disponíveis mostravam que só estavam disponíveis para as chamadas reservas de recrutamento, que permitem substituir professores em falta e que podem ser necessárias durante todo o ano letivo, 174 professores de informática. A concurso, para lecionar a contrato, tinham ido este ano 470 professores de TIC, referia a mesma fonte. O tema é, no entanto, antigo e já nos anos anteriores foi notícia no arranque do ano letivo.