A Associação All4Integrity é uma iniciativa de empreendedorismo cívico e foi criada em 2021, fruto de uma ação inicial de André Corrêa d'Almeida em 2020 nas ruas de Nova Iorque com o tema #libertemomeupaísdacorrupção. O projeto cresceu e transformou-se numa incubadora de ideias e programas de prevenção e combate à corrupção, juntando-se ao atual presidente da Associação alguns membros empreendedores, que lançaram quatro iniciativas, entre as quais se conta a Tech4Integrity, onde as tecnologias de informação são vistas como um instrumento para a transparência.
Manuel Dias, National Technology Office da Microsoft Portugal e Diretor do Tech4Integrity, explica ao SAPO TEK que “desde a sua génese que a All4Integrity percebeu a relevância do digital para a promoção de uma cultura de integridade”. O programa Tech4Integrity resulta dessa visão e pretende a “mobilização de comunidades tecnológicas, academia, empresas, instituições públicas e associações para a incubação e desenvolvimento de projetos inovadores, o desenvolvimento de estudos de investigação em parceria com o sistema científico e tecnológico nacional e internacional e por último a promoção de literacia digital de pessoas e organizações”, adianta.
“Foi claro desde início, que para criar um projeto credível era necessário reunir as melhores as competências para liderar a iniciativa, em estreita ligação com a comunidade tecnológica, sociedade civil e academia e em simultâneo personificar o espírito e missão do projeto", afirma Manuel Dias
"Foi, por isso, com muita satisfação que aceitei o convite para liderar a iniciativa, ainda na fase inicial, iniciando desde logo a definição das prioridades estratégicas a que se seguiu a operacionalização de todas as soluções identificadas e que começam agora a ver a luz do dia!”, sublinha.
O programa já leva alguns meses de trabalho, depois de “um processo de reflexão sobre o potencial do digital para o escrutínio público e na luta contra a corrupção, que se iniciou em 2021”. O nome é o mesmo de uma iniciativa da OCDE lançada em 2018, também no âmbito do combate à corrupção, mas o projeto é diferente e já começou a avançar com as primeiras ferramentas.
2 ferramentas já em ação no Tech4Integrity
A estruturação de uma equipa multidisciplinar e em regime de voluntariado, a criação da infraestrutura tecnológica e website da associação foram os primeiros passos da iniciativa nacional, ao que se seguiu o desenvolvimento de soluções tecnológicas, que foram apresentadas na semana passada e estão agora disponíveis.
As ferramentas apresentadas são o Knowledge Center e Intelligence Hub e estão focadas na democratização do conhecimento e inteligência sobre anti-corrupção, transparência do sistema público-privado e integridade, como explica Manuel Dias. A audiência a que se destinam é diversa, desde o cidadão comum a jornalistas de investigação, investigadores, estudantes, políticos, a sociedade civil e até empresários ou gestores preocupados com o compliance.
Manuel Dias diz que o Knowledge Center é “a maior base de dados portuguesa online de conhecimento sobre Integridade, Transparência e Anticorrupção, com uma curadoria rigorosa de informação de diversas fontes nacionais e internacionais relevantes, facilmente acessível e pesquisável a todos”.
Também o Intelligence Hub agrega informação de várias fontes e permite “ir mais além na análise e escrutínio de indicadores, até agora apenas ao dispor de especialistas”. Aqui a Inteligência Artificial, Big Data e Data Visualization são aliadas num agregador de informação e inteligência sobre integridade, transparência e anticorrupção.
O diretor do Tech4Integrity admite ao SAPO TEK que a plataforma trabalha “unicamente com dados públicos que sejam disponibilizados por entidades oficiais, tais como a Assembleia da República em Portugal, ou a Comissão Europeia a nível europeu, entre outros”.
“Todas as análises disponibilizadas são devidamente documentadas, nomeadamente a fonte de informação”, refere Manuel Dias.
Os benefícios das ferramentas estão ligados à missão da All4Integrity, de contribuir para a mobilização da sociedade civil em prol da promoção de uma cultura de integridade. Manuel Dias destaca o acesso público a informação de qualidade, atualizada, devidamente tratada e de fácil acesso, recorrendo a ferramentas tecnológicas avançadas, mas sobretudo “teremos cidadãos mais bem informados, exigentes e vigilantes”, sublinhando ainda a elevação do grau de transparência no exercício de cargos públicos e das transações entre o público e o privado, e vice versa.
A participação coletiva é um dos eixos promovidos e em junho deste ano foi aberta à participação dos cidadãos a possibilidade de sugerirem áreas de trabalho, com uma Call do Tech4Integrity. “Para nós só faria sentido desenvolver uma ferramenta tecnológica se a mesma refletisse um processo de participação coletiva, em diálogo com profissionais dos “grupos-alvo” referidos em cima, e com os inputs dos seus potenciais beneficiários”, explica Manuel Dias.
“Recolhemos também muitas ideias e consequentemente muito trabalho pela frente, o que nos motiva a fazer mais e melhor. Acreditamos que só assim caminharemos para uma cidadania mais ativa no domínio da integridade, transparência e luta anticorrupção”, afirma o diretor do Tech4Integrity.
A plataforma pode ser consultada no site Tech4Integrity onde é possível aceder às ferramentas e informação disponibilizada em várias fontes de dados e que já está organizada no site, incluindo o desempenho dos eurodeputados, o índice DESI em 2022 e as faltas dos deputados do Parlamento português nas legislaturas XIII e XIV.
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