Linda Yaccarino, de 60 anos, até maio passado responsável pela área da publicidade e parcerias no grupo NBCUniversal, assumiu esta semana o comando das operações no Twitter.
A nova CEO da rede social, detida por Elon Musk, assume funções pela mão do multimilionário, que anunciou a sua escolha em maio depois de ter prometido deixar a presidência executiva da empresa, que comprou no final de 2022, assim que encontrasse a pessoa certa para o cargo.
Os desafios da nova missão de Linda Yaccarino são grandes, ou não fosse a história do Twitter, desde a aquisição por Elon Musk, mais feita de perdas do que de ganhos. Como assumiu o próprio também há dias, desde que Musk chegou ao Twitter, há sete meses, a plataforma perdeu metade das receitas de publicidade.
Boa parte dessas perdas devem-se à mudança de estratégia da empresa, no que se refere aos modelos de subscrição do Twitter e à certificação de contas, que deixou de ser gratuita. Não é provável que a estratégia se altere com a chegada da nova CEO à plataforma, nem no que se refere ao modelo de monetização do Twitter, nem ao posicionamento da rede social enquanto plataforma da liberdade de expressão.
Os comentários públicos de Yaccarino desde que foi escolhida para CEO do Twitter sugerem que é uma seguidora convicta de Elon Musk, o que não se pode dizer que seja uma surpresa. “Há muito que sou inspirada pela sua visão para criar um futuro mais próspero”, publicou a gestora no Twitter, depois da nomeação para o cargo.
Desde que Musk chegou ao Twitter, a rede social perdeu 75% dos colaboradores, a maioria despedidos, mas também com muitas saídas por vontade própria e em desacordo com o fundador da Tesla e da SpaceX. Muitos anunciantes desapareceram e a base de utilizadores, sobretudo paga, não cresceu como previsto.
Mas na verdade os problemas do Twitter são muito anteriores à chegada de Elon Musk, que comprou a empresa precisamente por acreditar que conseguiria implementar uma estratégia que a tornasse lucrativa, coisa que só aconteceu duas vezes desde a fundação, em 2006.
A contratação de uma especialista no mercado da publicidade, para suceder a Musk na primeira tentativa de criar um Twitter lucrativo, é vista como uma forma de devolver confiança aos anunciantes e criar novas vias para chegar a um universo que é crítico para a sobrevivência da plataforma.
O Twitter pode ser uma alternativa para os investimentos das marcas que querem ficar menos sujeitas às regras das big tech, como sublinham especialistas consultados pela BBC. Para isso, no entanto, é preciso ganhar escala e não é isso que os dados mais recentes mostram.
Um estudo recente da Pew revelou que seis em cada 10 utilizadores do Twitter nos Estados Unidos, o maior mercado da rede social, mantêm os seus perfis mas deixaram de usá-los, pelo menos temporariamente.
Aumentar o número de utilizadores da rede social é por isso outro claro desafio, que muitos também acreditam que a gestora pode conseguir endereçar, com a sua experiência de televisão, de uma forma que agrade a utilizadores e anunciantes. Por exemplo, com uma maior aposta em conteúdos de vídeo.
A nova CEO do Twitter terá ainda de lidar com o escrutínio crescente à plataforma, por causa das suas políticas de controlo à disseminação de informação falsa e discursos de ódio, para encontrar um equilíbrio entre o posicionamento de rede social da liberdade de expressão e as preocupações de reguladores e governos com estas matérias.
O outro grande desafio, pode ser o próprio Elon Musk, que deixa o cargo de CEO mas não deixa o dia-a-dia da empresa. Tal como foi anunciado logo na altura da contratação de Yaccarino, a responsável vai ocupar-se sobretudo da gestão operacional. Musk continuará responsável pelas áreas de desenvolvimento de produto e tecnologia do Twitter.
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