Apesar da abertura oficial ter acontecido ontem, para muitos hoje foi efetivamente o primeiro dia do Web Summit 2018, que decorre até dia 8 de novembro e que tem por dentro muitas atividades diferentes que causam um verdadeiro frenesim na cidade de Lisboa. Sente-se no Metro (que tinha greve marcada para hoje que acabou por ser desconvocada) e noutros transportes públicos, mas também no trânsito. E sente-se no fluxo constante de pessoas que desde cedo tomaram a direção do Altice Arena e da FIL, nas muitas caras diferentes e línguas diversas que usam os badges orgulhosamente como uma bandeira para todo o lado que vão.
Os números hoje divulgados pela organização são impressionantes. 69.304 participantes de 159 países que vão andar uma média de 935.604 quilómetros durante esta semana e beber 363.846 cafés. São mais de 1.200 oradores nas talks e nos painéis de debate em 24 palcos. No SAPO TEK a equipa mudou-se de armas e bagagens para o media center e está a contribuir para estes números, com milhares de passos percorridos só hoje, e muitos cafés consumidos.
A azáfama é geral, entre os jornalistas de todo o mundo – um total de mais de 2.600 representantes dos maiores meios de comunicação mundiais – mas também entre os participantes e as empresas e startups presentes, que se multiplicam em contactos e mensagens através da aplicação do Web Summit, por email, telefone ou seguindo o método tradicional de contacto direto nos stands ou durante os muitos encontros propiciados pelos muitos espaços de networking.
Num evento com tantos participantes e figuras importantes do governo, instituições e empresas, a segurança foi apertada, com bloqueios das ruas, muitos polícias e seguranças, e detetor de metais na entrada, ao género dos aeroportos, com direito a revistas completas. Torna tudo mais lento no acesso ao recinto, mas muito mais seguro. Só para ter uma ideia, ontem para levantar as credenciais contabilizámos 10 controles do código QR da aplicação até chegar ao guiché do destino e receber o badge.
O Web Summit é, no final de contas, uma máquina muito bem oleada. Paddy Cosgrave faz com que tudo pareça fácil e muito “familiar” e próximo, aparecendo nas aberturas das sessões principais e fazendo de mestre de cerimónia na recepção às principais individualidades, mas há muita gente a trabalhar nos bastidores para que tudo aconteça sem falhas.
No palco principal, no Altice Arena, as conferências, apresentações e conversas entre os oradores funcionaram com uma pontualidade britânica, ou diríamos irlandesa, com as intervenções a começarem e acabarem ao minuto. Se a nível geral não houve problemas a registar, talvez uma melhoria de som para quem assiste na parte traseira do pavilhão e uma melhor qualidade de internet tornaria o trabalho mais fácil aos jornalistas presentes. E já agora, podemos também pedir que recuperem os lugares marcados para a imprensa, com mesas e tomadas elétricas e de rede, que facilitaria muito o trabalho de reportagem que é feito ao minuto.
Na agenda do dia – que tem 8 páginas num documento PDF que inclui todas as talks nos vários palcos – não faltaram temas interessantes e oradores desafiantes. O mais interessante foi Christopher Wylie, o whistleblower que denunciou a manipulação de informação por parte da Cambridge Analytica e do Facebook, que contou a sua história e deixou avisos para a forma como estamos a divinizar as empresas de tecnologia sem controlar os efeitos que têm na sociedade.
Não têm faltado alertas para os perigos da tecnologia, ameaças à privacidade, a utilização errada de dados e da inteligência artificial, o que pode parecer estranho numa conferência de tecnologia e inovação. Mas entre os muitos oradores a ideia não é “desligar a ficha” mas pensar de forma racional como gerir estas novas ferramentas, criando controles e fazendo com que a tecnologia seja usada para o bem. E neste coro juntam-se vozes como António Guterres, Tim Berners-Lee e muitos outros oradores.
Os temas da blockchain atravessaram também muitas das apresentações, e uma das que mais burburinho gerou foi a oferta de criptomoedas no valor de 25 dólares a cada um dos participantes. Primeiro pelo volume – 125 mil dólares é obra – mas depois pela falha do código enviado, que não funcionou e levou a muitas queixas. O problema foi resolvido, mas esta foi uma falha numa organização quase sempre perfeita.
Pelo meio das apresentações, entre temas de investimento, apoio à inovação e carros autónomos, houve ainda tempo de falar com participantes, pessoas normais que vieram dos vários cantos do mundo e que estão a aproveitar para conhecer Lisboa e até estender a visita a outras cidades de Portugal.
Depois do fim das conferências e do encerramento da exposição a animação mudou-se para o Sunset Summit, debaixo da pala do Pavilhão de Portugal, prosseguindo no Cais do Sodré com o Night Summit. Amanhã há mais para ver e para contar, e o SAPO TEK estará novamente no Parque das Nações, com toda a equipa fresca e preparada para acompanhar as novidades.
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