Em maio, a Altice Portugal, através da PT Empresas, promoveu as candidaturas de empresas e startups para o envio de soluções para as áreas de localização, retalho e saúde no âmbito da 4ª edição do IoT Challenge, uma iniciativa que tem como objetivo estimular o desenvolvimento da IoT.
As soluções das 10 equipas que hoje estiveram sob escrutínio de um júri teriam de aplicar a localização IoT a contextos de logística, segurança e outros, de forma a criar soluções com aplicabilidade na área do retalho, como por exemplo, o controlo de stock ou rentabilizar os espaços dos armazéns. Na área da saúde, as soluções devem permitir, por exemplo, a monitorização remota dos parâmetros clínicos, entre outras possibilidades.
As equipas tiveram cerca de dois meses para trabalhar nos seus projetos e utilizar durante um mês as instalações do programa ENTER, assim como visitar o laboratório Golabs.IoT, para testar as suas soluções desenvolvidas com apoio de profissionais especializados da PT Empresas. Os vencedores vão ainda receber Beta Passes para o Web Summit 2019 e as respetivas soluções serão integradas no portfólio de produtos e serviços da PT Empresas, além de obviamente, serem expostos no showroom da Altice Portugal e promovidos com os seus clientes.
Veja na galeria os finalistas do IoT Challenge 2019.
O IoT Challenge, pretendeu assim, mais uma vez, responder à procura de soluções relacionadas com a Internet das Coisas no mercado português, chave na mão, para aumentar vantagens como a redução de custos, otimização de processos e claro, a melhoria da qualidade dos respetivos serviços.
E pode-se dizer que houve variedade dos 10 projetos finalistas presentes na competição, todos eles competentes nos objetivos traçados, seja ao nível do apoio à saúde, o bem-estar do ambiente ou geolocalização. Alexandre Fonseca, o CEO da Altice Portugal, ressalva a qualidade dos projetos apresentados, frisando a importância do desafio que a empresa tem lançado anualmente.
"Premiar o talento é importante, mas produzir projetos que escalem para o negócio, é o empurrão que queremos dar a estas iniciativas. É a capacidade de transformar uma boa ideia em algo disruptor e diferente, mas capaz de vencer no mercado", destaca Alexandre Fonseca. O CEO da empresa salienta que a Altice Portugal é a empresa em Portugal que mais investe em inovação, com mais do dobro do segundo maior investidor. O IoT é uma área de grande aposta da Altice Portugal, contando com parcerias fortes, sendo o objetivo do concurso "estabelecer laços para a nossa oferta sobre a Internet das Coisas".
E que entrem os candidatos ao grande prémio...
A solução da Compta com o seu Bee2X, passa por colocar sondas nos contentores subterrâneos de lixo, em Lisboa, para que as entidades tenham noção do seu enchimento, e dessa forma otimizar a rota dos camiões, em tempo real, para evitar percursos desnecessários. A solução permite ainda encontrar equipamento de alto valor, sejam cadeiras de rodas ou qualquer máquina num hospital. Estes beacons são de baixo consumo de energia e comunicam com os sistemas de GPS e o software da solução.
A Emitu apresentou também uma solução para rastrear ativos, num sistema plug & play, o Em.track, com software na cloud, capaz de garantir segurança às empresas. A sua solução é híbrida, ou seja, permite a geolocalização em interiores e exteriores em tempo real. Os seus sensores medem temperaturas e choque, como por exemplo, para controlar contentores de isotérmicos em cais de carga, ou se estes estão nas condições necessárias, medindo a temperatura e o choque. O dispositivo tem uma "grande autonomia" e produz relatórios automáticos, enviando o registo da temperatura em todo o percurso do mesmo.
Ainda na área de geolocalização, a Juntos Mudamos, LDA. apresentou o sistema Getme2u que são localizadores em diferentes formas, seja um porta-chaves, uma chapa para um animal de estimação ou mesmo um acessório de moda. O objetivo é encontrar o respetivo portador, através do localizador num mapa, quando um animal se perde, ou em caso do desaparecimento de uma criança ou idoso, ou mesmo estrangeiros, por exemplo. O sistema utiliza uma aplicação gratuita, para iOS, Android e computador. Já os acessórios contêm também um botão de emergência que envia uma mensagem, em caso dos portadores se sentirem ameaçados. Embora os animais sejam o principal target, os portadores de Alzheimer são também potenciais utilizadores. O equipamento custa cerca de 30 euros e funciona com um cartão de GPRS.
Outro dos finalistas é o Beer Insights da Domatica, um sistema que pretende medir a pressão e a temperatura nos barris de cerveja, para que a "imperial" seja sempre tirada no ponto. O objetivo é evitar os desperdícios na forma como se tira a cerveja, e claro a qualidade do produto, consistindo num pequeno sensor ligado ao sistema da máquina de cerveja. Este comunica diretamente com um software de uma gateway IoT, seja do dono do estabelecimento ou fornecimento da cerveja. As vendas não registadas da cerveja, ou as "festas" dos empregados no fim do dia podem ser controlados com o sistema. Por fim, o sistema controla ainda a limpeza dos barris.
A Joaquim Peralta trouxe o sistema IdiCare para o IoT Challenge, um smartwatch dedicado à monitorização de pacientes através de geolocalização. Este é capaz de identificar situações de emergência, seja a queda de um idoso, um aceleramento cardíaco, e outros parâmetros, enviando um sinal em mensagem para o tratador ou responsável de saúde. Não se trata de um dispositivo que espera substituir os sistemas médicos, mas sim auxiliar os pacientes. Miguel Brito, diretor comercial da empresa confirmou ao SAPO TEK que o smartwatch já se encontra disponível no mercado, por 120 euros e tem uma subscrição de 15 euros, estando mesmo a decorrer um projeto-piloto com o governo regional da Madeira com "bastante sucesso". O sistema permite adicionar os dados biométricos dos utilizadores, compromissos médicos, medicação e faz relatórios.
A Vigie Solutions apresentou o sistema Vigie + dedicado a healthcare, para monitorização contínua na área médica. O objetivo é evitar perdas na temperatura no armazenamento e transporte de fármacos e vacinas, assim como o sangue e outros compostos sensíveis. A solução disponibiliza suporte em cloud, uma app para smartphone, API para utilização de terceiros, uma dashboard personalizada, alarmística inteligente, entre outras premissas.
A Follow Inspiration trouxe para o concurso o WiiGO Technology, um robot assente em navegação natural, construída em torno de arquitetura modelar. O robot é autónomo, com um ecrã caracterizável, seguindo o cliente pelas lojas, ou como diz o responsável, o robot será a loja do futuro. A empresa pretende testar a conectividade entre robots, sem qualquer infraestrutura adicional, num ambiente totalmente controlado. Pode ser utilizado em lojas do cidadão, por exemplo, banca, retalho, indústria, entre outras. O preço do robot para o cliente ronda os 20 mil euros ou pode optar por um sistema de aluguer.
E os três vencedores são...
Com a Altice Portugal a investir 1,3 mil milhões de euros em soluções de IoT, sendo a empresa líder de inovação e através do seu Altice Labs, a empresa exporta tecnologia para o estrangeiro. Os projetos vencedores vão ser integrados no ecossistema da empresa, de forma a tornarem-se um produto comercial. Foi com grande expetativa que Nuno Nunes, administrador executivo da empresa, anunciou os vencedores do IoT Challenge 2019, sem ordem específica: a Tecnitempo com a sua solução Wall-i, a Mater Dynamics com as suas etiquetas QStamps e a I DO Technology. Conheça em mais detalhe as propostas dos três vencedores...
O sistema Wall-i pretende medir as pessoas em locais e identificar as "zonas quentes", seja em metropolitanos, hóteis e eventos, mas também para contabilizar as pessoas que olham para montras, por exemplo. Nos autocarros, permite ainda observar onde entram mais pessoas e detetar as zonas com mais movimento. O sistema pretende ainda medir o nível de "engagement" no contacto com o público, como seguradoras, por exemplo, através de webcams instaladas nas secretárias. A empresa está a elaborar um projeto em parceria com a Prio, para segmentar audiência, introduzindo ecrãs dentro das lojas para oferecer publicidade. O seu modelo de negócio assenta em custo por view e não por tempo, como é modelo comum. Quanto ao cumprimento das regras do RGPD, o sistema não faz registos, descarta por completo qualquer dado utilizado em tempo real.
A QStamp da Mater Dynamics pretende trazer para a internet produtos que não são eletrónicos, desde as caixas de iugurtes a uma cadeira de rodas. Trata-se de um sistema de etiquetas flexíveis, capaz de computar dados e com conexão online. A empresa não pretende inventar tecnologias de comunicação, pois já existem, mas sim implementar nas etiquetas interactivas, seja com luzes ou bonecos, seja através de um sistema alimentado por bateria ou não. A empresa vende o hardware e licencia a API, oferecendo ainda consultoria gratuita aos seus clientes. Já venderam 50 mil unidades em diversos países da Europa, no sector alimentar e farmacêuticas.
A I DO Technology apresentou um sistema de localização de ativos de alto valor, o que tem sido um denominador comum entre os presentes. Não pretende dizer onde está, se parada ou em alerta, mas também a temperatura, humidade, lançando um alerta aos clientes e utilizadores. Utiliza uma tecnologia de comunicaçao via Bluetooth, ligado a um gateway modem 4G. A empresa garante acessórios de baixo custo e menor consumo energético, chegando a operar até 10 anos sem necessidade de intervenção. Estes acessórios podem ser introduzidos em veículos, por exemplo. Destaca-se ainda pela monitorização de equipamentos médicos de emergência, gestão de máquinas em oficinas, controlo de animais (como o roubo de colmeias), controlo de acessos em instalações, e outras utilizações. A empresa tem alguns programas-piloto a decorrer ligados aos exemplos referidos.
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