A adoção de criptomoedas pode estar a chegar a um ponto de inflexão, que terá como passo seguinte a adoção massiva da tecnologia. A previsão é do banco de investimento Wells Fargo, que numa nota publicada esta segunda-feira defende que podemos estar a um passo de as moedas digitais se transformarem num investimento menos volátil, do que têm sido até aqui e muito mais generalizado.
Na análise, a Fargo compara o momento atual das criptomoedas àquele que se verificou na adoção de internet a partir de meados dos anos 90, antecipando um crescimento acelerado no ritmo de adoção da tecnologia para um futuro próximo.
“Se esta tendência continuar, as criptomoedas podem sair em breve da fase de adoção precoce e entrar num ponto de inflexão até à hiper-adoção, como tem acontecido com outras tecnologias”, refere a nota, sugerindo que a melhor oportunidade para investir em criptomoedas afinal ainda está por vir, ou é agora.
Os dados atuais , compilados pelo site Crypto.com, mostram que apenas 3% da população mundial, cerca de 221 milhões de pessoas, usam criptomoedas. O caminho até aqui chegar, desde o lançamento do primeiro token em 2009 foi longo, mas está claramente a acelerar.
Os mesmos dados revelam que só entre fevereiro e maio do ano passado, este número aumentou de 106 para 203 milhões. A Fargo acredita que se estes números confirmarem realmente que se chegou a um ponto de inflexão, as criptomoedas vão continuar a ganhar adeptos de forma sustentada até à massificação, aumentando consideravelmente o tamanho e solidez do mercado.
A instabilidade das moedas digitais é também referida na nota, mas sem ser apontada como critério determinante para qualquer tipo de análise. Afinal o mercado é muito recente para se poderem tirar grandes conclusões, apenas olhando para o passado.
Como se refere, a história mostra que a primeira transação com um Bitcoin, por exemplo, a primeira e mais popular das moedas digitais, foi feita apenas 16 meses depois do seu lançamento.
Nessa altura cada Bitcoin valia 0,004 dólares e a valorização manter-se-ia em cêntimos até fevereiro de 2011, quando passou a barreira de um dólar. Hoje a moeda vale 43,4 mil dólares. Já valeu mais de 69 mil (no início de novembro), mas também já perdeu quase 9% do seu valor desde que o ano começou. Ainda assim, e olhando para o percurso desde o início, a moeda valorizou 216% ao ano, recorda a Fargo, sublinhando que, tal como aconteceu com outras tecnologias avançadas, há um período de adaptação dos utilizadores que é preciso considerar, antes de se tirar grandes conclusões sobre o sucesso ou fracasso da tecnologia.
Dito isto, o banco refere que percebe “o argumento ‘tarde demais para investir’ mas não o subscrevemos. Acreditamos que o foco excessivo na performance passada, sobretudo nas criptomoedas, pode ser enganador”.
Refere ainda que “é cedo mas não demasiado cedo” para investir em criptomoedas, considerando que este continua a ser um mercado com potencial. Para se protegerem, dado que é um mercado ainda em fase de maturação, os investidores devem no entanto assegurar uma gestão profissional desses investimentos.
O banco também reconhece que os "bloqueios regulatórios" podem continuar a ser o maior dos obstáculos à consolidação das criptomoedas, como alternativa de investimento, lembrando que já é também por isso que investidores de maior valor se mantêm afastados deste universo. As taxas associadas às transações com moedas virtuais são um dos aspetos a considerar nesta matéria, já em vários países.
Não é o caso de Portugal, que ainda isenta de IRS as mais-valias resultantes de transações com criptomoedas, uma realidade que pode mudar em breve. Informação publicada pelo Eco no final do ano passado, avançava que o Governo vai aproveitar as alterações previstas para o Código de IRS para passar a taxar a venda de criptomoedas.
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