As fintech estiveram entre as primeiras empresas a beneficiar com as limitações da pandemia e a explosão dos serviços digitais, mas estão agora também entre as mais afetadas pelo reajuste do mercado à "vida pós-covid".
Uma análise da CB Insights, tinha já mostrado que mais de 30 tecnológicas da área financeira dispersaram capital em bolsa, desde 2020. Contas feitas pelo Financial Times revelam agora que as ações das cotadas mais recentes deste sector já perderam mais de 50% desde o início do ano, bem acima das perdas médias do principal índice tecnológico, o Nasdaq, onde as quedas foram de 29%.
A capitalização de mercado destas empresas recuou 156 mil milhões de dólares, só em 2022. Se as contas forem feitas considerando o pior valor de cotação de cada uma das empresas, os resultados são ainda piores e as perdas ascendem a 460 mil milhões de dólares.
A inflação, a subida das taxas de juro, a falta de lucros e a falta de provas dadas dos modelos de negócio de muitas empresas, não têm atraído os investidores como se esperava, já para não falar da pressão a que muitas destas startups ficaram sujeitas depois dos crescimentos anormais em anos de pandemia.
Como realça o FT, mesmo para empresas mais estabelecidas no mercado esta transição tem sido difícil de fazer, apontando-se os exemplos da PayPal e da Block (ex-Square) que, entre si, já perderam 300 mil milhões de dólares em capitalização bolsista este ano.
A Klarna, que anunciou em maio a abertura de um centro de desenvolvimento em Portugal e alguns dias depois mais de 700 despedimentos, é outro exemplo. Foi à última ronda de financiamento com uma avaliação 39 mil milhões de dólares inferior àquela que tinha na operação anterior. A operação anterior aconteceu em junho, quando a empresa conseguiu captar investimentos de 639 milhões de dólares, tendo em conta um valor de mercado estimado de 46 mil milhões de dólares.
Dan Dolev, analista da Mizuho, refere ao jornal britânico que “como primeiros elementos do sector tecnológico a beneficiar da Covid, porque toda a gente estava presa em casa e a comprar online”, estas empresas são agora também as primeiras a ver o seu valor de mercado corrigido e de uma forma abrupta.
Este, como outros especialistas consultados pelo FT, acreditam, por isso, que estas perdas vertiginosas de valor abrandem na segunda metade do ano, quando o valor das empresas estiver corrigido. As opiniões não são consensuais no que se refere ao ritmo desse abrandamento, até porque muitas destas empresas estão sujeitas a uma forte pressão regulatória. Outras disponibilizam serviços financeiros onde o preço do crédito interessa e a perspetiva de mais aumentos de taxas de juro e da inflação não ajudam.
Ainda assim, alguns dos maiores fundos de investimento especializados no sector já voltaram a aumentar o volume de capital alocado a projetos. Os níveis não são os mesmos dos últimos anos mas “mostram que os investidores continuam a acreditar no sector, numa perspetiva de longo prazo”, como referiu ao diário Pedro Palandrani, diretor de pesquisa da plataforma de investimento Global X.
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