O estudo encomendado à Ecory, com cerca de 300 páginas, tinha como foco principal perceber como a pirataria online afeta as vendas de conteúdo protegido por direitos de autor em quatro indústrias diferentes: música, filmes, livros e jogos. Entre setembro e outubro de 2013, foi realizada um inquérito com cerca de 30 mil pessoas de seis Estados-membros da UE: Alemanha, França, Polónia, Espanha, Suécia e Reino Unido.
O relatório declara que “em geral, os resultados não apresentam evidências estatísticas robustas de perda de vendas por infrações de direitos autorais. Isso não significa necessariamente que a pirataria não tem efeito, mas apenas que a análise estatística não prova com suficiente confiabilidade que existe um efeito".
A única exceção verifica-se na indústria cinematográfica, onde o consumo de 10 filmes pirateados leva a menos quatro visitas de cinema e, assim, a uma perda de 5% do volume de vendas atual.
Julia Reda, membro do Parlamento Europeu representante do Piratenpartei Deutschland (Partido Pirata da Alemanha) foi a responsável por trazer os resultados à ribalta, ao colocar no seu blog como tinha acedido ao mesmo - e as dificuldades que teve.
A organização European Digital Rights (EDRI) acusa a Comissão Europeia de, intencionalmente, esconder os resultados finais do relatório e refere que apenas os dados relativos à indústria dos filmes foram utilizados no ensaio “Movie Piracy and Displaced Sales in Europe: Evidence from Six Countries”, sem nunca ser referida a fonte principal.
A EDRI defende que “uma possível razão para este comportamento pode ser que os principais resultados não parecem servir o objetivo inicial do estudo - para justificar os planos de introduzir legislação de direitos de autor mais rigorosa como parte da reforma lançada pelo Comissário da UE, Günther Oettinger”.
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