O mundo não ficou indiferente à crise na Ucrânia após a invasão russa. A comunidade internacional reúne-se para mobilizar recursos, sejam eles físicos ou digitais, para ajudar a população do país e Portugal não é uma exceção à regra, entre campanhas de solidariedade digital vindas de empresas, organizações e entidades portuguesas a plataformas online.
Ainda ontem, durante um discurso numa manifestação em Lisboa em solidariedade com a Ucrânia, Pavlo Sadokha, presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, tinha já anunciado a criação de uma plataforma para coordenar esforços.
Ao SAPO TEK, a Associação explica que a plataforma online que está a ser criada quer “englobar toda a ajuda para a Ucrânia” e que os seus informáticos estão a trabalhar para lançá-la o mais rapidamente possível, com a informação a ficar disponível em breve através do seu website, que inclui dados úteis para a população ucraniana no país.
Do lado das iniciativas portuguesas, o We Help Ukraine é um novo movimento, lançado neste último sábado, que quer ligar as “pessoas a precisar de ajuda na Ucrânia, ou em fuga, com pessoas e organizações que podem fornecer apoio”.
Como explica Hugo de Sousa, porta-voz do movimento, ao SAPO TEK, tudo começou com um pedido, através de uma publicação no LinkedIn, para criar uma “meta-plataforma” que “vise ser um ponto unificador para quem quer ajudar e para quem quer ser ajudado”.
Num momento de crise como aquele em vive a população na Ucrânia, desperdiçar recursos está fora de questão, assim, como indica o responsável da consultora Innovation by Kaizen, a “plataforma visa ser o ponto de encontro de plataformas que já existem, mas tendo também algumas funcionalidades próprias”.
Entre as várias missões da plataforma destacam-se ajudar a encontrar alojamento para quem precisa, mas também emprego e Hugo de Sousa indica que o movimento está a trabalhar em parceria com o IEFP neste âmbito.
O movimento conta também com o apoio de alguns Ministérios que está em contacto. Além disso, os refugiados ucranianos que vão ser acolhidos por Portugal receberão um “welcome kit” físico e digital com a indicação para a plataforma do We Help Ukraine para que possam aceder aos recursos.
“Vamos ativar hoje um contact center de apoio com um número único, disponível para todos os países, também com número específico da Ucrânia”, afirma o porta-voz do movimento.
De acordo com o movimento, o contact center em inglês, português e ucraniano estará disponível para atendimento por telefone, email, mensagens instantâneas, videoconferência, assim como outros canais de comunicação.
“Temos o suporte, desde o início, da Outsystems, enquanto plataforma de desenvolvimento rápido, da Teleperformance, enquanto operador de call center, da Talkdesk, para tecnologia de call center e, a nível de organização, a Kaizen”, afirma o responsável. “Estamos a criar uma «máquina» que permita evoluir [a plataforma] de duas em duas horas”, destaca.
De informação a serviços de apoio
Aceder a dados sobre o que fazer neste momento é fundamental e o Portal das Comunidades Portuguesas, assim como a página da Embaixada de Portugal na Ucrânia incluem informação para todos os ucranianos fora e dentro de Portugal, incluindo contactos importantes e de emergência.
Há também um email específico, criado pelo Alto Comissariado para as Migrações (ACM) - sosucrania@acm.gov.pt – além de uma linha de apoio a migrantes ucranianos que cheguem ao país.
No final da semana passada, a MEO anunciou que vai oferecer temporariamente a todos os seus clientes chamadas móveis internacionais para a Ucrânia, para facilitar as comunicações e aproximar as famílias, disponibilizando também o pack Ukrainian TV na sua oferta de televisão paga, numa oferta que se mantém até 15 de março, mas que poderá ser alargada consoante o evoluir da situação.
Também a Vodafone, NOS e Nowo também estão a disponibilizar chamadas gratuitas para a Ucrânia, como avança a Lusa. No caso da Vodafone, para lá das "comunicações internacionais com origem em Portugal e destino na Ucrânia", também não serão taxadas as "comunicações realizadas em roaming na Ucrânia". A NOS indica ainda que não cobrará SMS para o país. À semelhança da MEO, as ofertas, que se mantêm até ao dia 15 de março, poderão ser alargadas tendo em conta a evolução da crise.
Ainda em Portugal, as iniciativas de solidariedade passam, por exemplo, por entidades como, por exemplo, a Ordem dos Advogados, que prontificou para disponibilizar assistência jurídica a migrantes ucranianos, e a Ordem dos Notários, que tem agora um serviço gratuito para cidadãos ucranianos que tenham filhos menores e que precisem de enviar autorizações de viagem para a Ucrânia.
Multiplicam-se um pouco por todo o mundo as iniciativas de solidariedade, mas, por vezes, por entre tanta informação, pode ser difícil perceber como ajudar. A comunidade de jovens Global Shapers, do Fórum Económico Mundial, por exemplo, é uma das iniciativas que reuniram uma lista de recursos úteis, para quem quer ajudar a população do país e que está a ser atualizada frequentemente com nova informação.
Note que, neste momento, toda a ajuda é bem-vinda, mas é preciso direcioná-la para os locais corretos e assegurar que não vai parar às mãos erradas. Como reforça a Associação de Voluntários Digitais em Situações de Emergência (VOST Portugal) através do Twitter, é importante que, antes de fazer qualquer donativo, se informe acerca das próprias iniciativas.
Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação relativa às ofertas de comunicações gratuitas para a Ucrânia por parte da Vodafone, NOS e Nowo.
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