A Região da Área Metropolitana de Lisboa (AM Lisboa) continua a registar um desempenho de “enorme supremacia”, evidenciando as significativas assimetrias regionais na construção da Sociedade de Informação em Portugal. Os dados são do Índice Digital Regional (IDR) 2023, publicado pela Universidade do Minho, e indicam que a distância tem vindo a diminuir, mas “com pouca expressão”.
A região Centro surge novamente em segundo lugar, seguida da região do Algarve que aparece em terceiro lugar, tendo de novo ultrapassado a Região Norte que se apresenta no quarto lugar. A última posição é ocupada pela Região Autónoma dos Açores, tal como aconteceu nas cinco edições anteriores do IDR.
“Continua a verificar-se uma tendência de grande distanciamento da região da AM Lisboa em relação às restantes regiões portuguesas, o que confirma a crónica existência de enormes assimetrias regionais na construção da Sociedade da Informação em Portugal, tal como acontece, aliás, noutras áreas do desenvolvimento do nosso país”, refere Luís Miguel Ferreira, coautor do estudo.
Em 67% do total de indicadores usados na presente edição do estudo, a AM Lisboa obteve a melhor pontuação entre todas as regiões portuguesas, sublinha-se.
De salientar ainda a queda da Região Norte para a quarta posição do ranking, por troca da região do Algarve que consegue desta feita a terceira posição, por força, essencialmente, da sua subida no sub-índice Infraestruturas em que atinge, inclusivamente, deste a primeira vez que se publica o índice, uma posição à frente da região da AM Lisboa.
Por outro lado, regista-se ainda a queda do Alentejo para a sexta posição, por troca da RA Madeira que sobre para a quinta posição.
Além da manutenção da região da AM Lisboa na primeira posição (o que já se verifica desde a primeira edição do índice), salienta-se que a sétima e última posição é ocupada novamente pela Região Autónoma dos Açores, o que aconteceu em sete das dez edições já publicadas do índice.
“Depois de tantos anos e de muitos milhões de euros de Fundos Estruturais aplicados na coesão e na convergência territoriais, depois de tantos alertas e reflexões coletivos para a necessidade de um maior equilíbrio e equidade no desenvolvimento regional, a verdade é que em aspetos tão relevantes que caraterizam a Sociedade da Informação, as assimetrias regionais vão persistindo e até, em alguns casos, se vão agravando”, sustenta o investigador do Gávea – Observatório da Sociedade da Informação da Universidade do Minho
O IDR é um instrumento concebido pela Universidade do Minho através do Gávea – Observatório da Sociedade da Informação, publicado pela primeira vez em 2014. Visa especificamente “compreender a realidade da Sociedade da Informação nas sete regiões NUTs II portuguesas, comparando-as e contrastando-as”.
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