O plano do Facebook é simples: se considera que pode vir a ser alvo da chamada “pornografia de vingança” ou “revenge porn” em inglês, em que as vítimas vêm as suas fotografias íntimas expostas nas redes sociais pelos seus ex-companheiros, pode denunciar antes que estas se tornem “virais” pela internet. O sistema foi introduzido como teste em 2017 na Austrália, mas vai agora expandir-se pelos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá.

A ideia é denunciar as imagens íntimas, que depois são analisadas, e caso se confirme o desrespeito pelas normas de utilização, as contas podem ser desativadas. As imagens são adicionadas a uma base de dados, e caso existam novas tentativas de colocar online, o sistema avisa o respetivo utilizador que não o poderá fazer. O sistema impede ainda que o Facebook seja utilizado como ferramenta de crimes de chantagem sexual e extorsão.

Um em cada 25 utilizadores de internet é vítima de "revenge porn"
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Para tal, os utilizadores devem confiar no Facebook (sobretudo numa altura que a rede social está sob fogo devido ao caso Cambridge Analytica), pois terá de ativar o programa com parceiros ligados aos direitos civis e preencher um formulário, para obter o acesso ao link para submeter as fotografias que considera comprometedoras e possíveis alvos de “Revenge Porn”. As fotos serão depois analisadas por uma equipa “especialmente treinada” para criar uma identidade digital que impeça as fotos de se tornarem públicas. É referido que o sistema consegue apagar as imagens dos servidores em uma semana.

O sistema tem sido alvo de polémica pelos inevitáveis “abusos de poder” dos próprios trabalhadores do Facebook, que utilizam a informação privilegiada dos utilizadores.