Peter Kyle, ministro da Ciência e Tecnologia do Reino Unido, afirma que está a ser analisada a “natureza viciante de algumas apps e smartphones”. O ministro afirma que não tem sido possível falar publicamente sobre os planos para reforçar as leis de segurança online, porque a legislação aprovada pelo anterior governo em 2023 ainda não tinha sido implementada.

“Este ano já tivemos conteúdos ilegais que precisam de ser removidos, mas, em julho, as plataformas têm de apresentar conteúdo apropriado para a idade dos utilizadores, caso contrário, serão sancionadas”, afirma o ministro britânico, citado pela BBC.

No entanto, há ativistas que acusam o governo de atrasar ainda mais a implementação das novas leis do Online Safety Act para proteger as crianças.

A cada dia que o governo adia a implementação de leis mais rigorosas para a segurança online, assistimos à perda de mais vidas jovens devido à fraca regulação e à inação das Big Tech”, defende Ian Russell, cuja filha de 14 anos tirou a própria vida após ter visto conteúdo prejudicial online.

Crianças de 6 a 14 anos utilizam YouTube, TikTok e WhatsApp. Mas a televisão continua com forte presença
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Embora tenha defendido a anterior versão do Online Safety Act, Ian Russell afirma que a mudança só será possível através de uma legislação “mais forte e eficaz”, acrescentando que soluções provisórias não resolverão o autêntico “tsunami” de conteúdo prejudicial que as crianças enfrentam.

Rachel de Souza, comissária para a Infância, apelou ao governo para que tome medidas mais rígidas para proteger as crianças. “A tecnologia está a evoluir a um ritmo sem precedentes e esta geração de crianças nunca conheceu um mundo sem Internet, por isso, temos de ser muito mais ousados na forma como respondemos aos desafios que enfrentam”, realça.

A comissária afirma que “se as empresas não conseguem garantir espaços online seguros para os mais novos, então, não deveriam sequer permitir a sua presença”. “Não se pode esperar que sejam as crianças a policiar o mundo online sozinhas”, defende Rachel de Souza.