Uma nova investigação revela que o TikTok estava a ser usado como ferramenta numa campanha de propaganda russa, que disseminava informação falsa sobre a guerra na Ucrânia e que contava com centenas de contas falsas na rede social.

Segundo a investigação, levada a cabo pela BBC, os vídeos publicados pelas contas tinham milhões de visualizações e faziam alegações falsas sobre membros do governo ucraniano, tudo com o objetivo de minar o apoio do Ocidente ao país durante o conflito.

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Nos vídeos, figuras do governo ucraniano, incluindo o presidente Volodymyr Zelensky, são retratados como pessoas obcecadas com dinheiro que não se preocupam com as dificuldades sentidas pela população do país, insinuando que compraram carros e casas de luxo durante a guerra.

As contas falsas que são usadas para publicar os vídeos fazem-se passar por utilizadores verdadeiros em países como Alemanha, França, Polónia, Israel ou Ucrânia. As fotos de perfil são roubadas de outras contas ou, então, de celebridades, como Scarlett Johansson, Emma Watson e Colin Farrell.

Acredita-se que as contas terão origem russa e há provas que sustentam esta possibilidade, de erros linguísticos tipicamente cometidos por quem fala russo a ligações para websites anteriormente expostos pela Meta como parte de uma rede de desinformação russa.

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Com excepção de algumas contas, a maioria publica apenas um vídeo cada. De acordo com a BBC, os esforços parecem ser coordenados, com contas diferentes a publicarem vídeos muito semelhantes no mesmo dia.

A estratégia usada pela rede de contas falsas é uma nova tática concebida para tentar fugir aos mecanismos de deteção do TikTok, ao mesmo tempo que manipula os algoritmos de recomendação da plataforma.

O TikTok afirma que foram removidas mais de 12.000 contas falsas com origem na Rússia, incluindo 800 identificadas durante a investigação. A empresa continua a investigar o caso, para tentar descobrir quem está por trás desta rede, e encontrou mais vídeos falsos em italiano e inglês.

A BBC avança que, apesar das medidas tomadas pelo TikTok, a campanha de propaganda russa parece continuar ativa, uma vez que as recomendações de vídeos semelhantes com informação falsa estão a circular novamente e, desta vez, com conteúdo recente e publicados no final de novembro.

Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização: 10h15)