No ano passado a Google já tinha admitido que, afinal, não ia acabar com os cookies de terceiros no seu browser, mas tinha planos para oferecer uma nova experiência de navegação aos utilizadores. Mas, agora, tudo voltou à "estaca zero".

Numa atualização partilhada no blog da Privacy Sandbox, Anthony Chavez, vice-presidente da iniciativa, afirma que a Google optou por manter a sua abordagem atual quanto aos cookies de terceiros no Chrome, não avançando com o plano alternativo partilhado em 2024.

O responsável detalha que, ao interagir com o ecossistema de editores, programadores, reguladores e com a indústria da publicidade, a gigante tecnológica chegou à conclusão de que existem “perspetivas divergentes quanto à realização de alterações que podem afetar a disponibilidade dos cookies de terceiros”.

“Além disso, muito mudou desde que anunciámos a Privacy Sandbox em 2019 e desde que entramos em acordo com a CMA [Competition and Markets Authority] e com o ICO

em 2022”, admite.

Anthony Chavez afirma que, ao longo desse período, a adoção de tecnologias concebidas para melhorar a privacidade acelerou, assim como o surgimento de novas oportunidades para trazer mais segurança às experiências de navegação através de IA.

Aos motivos que levaram a Google a pôr um fim à estratégia contam-se também as mudanças no panorama regulatório um pouco por todo o mundo.

Vamos continuar a melhorar as proteções contra monitorização no modo Icognito do Chrome, que já bloqueia cookies de terceiros por predefinição”, indica o responsável, acrescentando que a tecnológica vai continuar apostar no reforço das funcionalidades de segurança do seu navegador.

Google volta a tribunal e enfrenta batalha judicial que pode levar à venda do Chrome
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O anúncio surge à medida que a Google enfrenta uma nova batalha judicial que pode levar à venda do Chrome. Depois de perder em tribunal, num caso que a culpou de deter um monopólio na publicidade digital, a empresa voltou a julgamento esta semana, desta vez contra o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla em inglês).

O mesmo tribunal que, no ano passado, concluiu que a Google tinha violado a lei antimonopólio no mercado da pesquisa online deu início a um novo julgamento para decidir quais são as medidas corretivas apropriadas.

O DOJ defende que o “remédio” certo é a venda do navegador da Google. Forçar a gigante tecnológica a vender o sistema operativo Android é outra das possibilidades, caso se verifique que as medidas corretivas sejam suficientes. Mais recentemente, a OpenAI assumiu que terá interesse em comprar o Chrome se ele for posto à venda.