"Há um aumento substancial dos respondentes que têm um posicionamento neutro quanto à preocupação com a legitimidade de conteúdos online", pode ler-se nas conclusões do estudo Reuters Digital News Report.
De acordo com as respostas sobre a "preocupação com o que é real e falso na Internet", o número de inquiridos que se manifestou neutro quanto a esta temática subiu de 13,9% em 2021 para 22,0% em 2022.
A percentagem dos que disseram concordar com essa preocupação também diminuiu, de 75,9% para 70,7% entre os dois anos, e os que disseram discordar dessa preocupação passou de 10,2% para 7,3%.
Ainda assim, "a edição de 2022 do Reuters DNR revela que sete em cada 10 portugueses estão preocupados com o que é real ou falso na Internet", de acordo com as percentagens.
O estudo, com coordenação científica internacional do Instituto da Reuters para o Estudo do Jornalismo, e com coordenação do apoio à recolha em Portugal do OberCom - Observatório da Comunicação e autoria de Gustavo Cardoso, Miguel Paisana e Ana Pinto-Martinho, baseou-se em dados recolhidos entre 14 de janeiro e 10 de fevereiro, antes da invasão da Ucrânia pela Rússia.
"Cruzando a preocupação com a legitimidade de conteúdos online e a confiança nas notícias online, verifica-se que os portugueses que mais confiam em notícias estão tendencialmente mais preocupados com as falsidades", assinala o documento.
O estudo revela ainda que "os temas sobre os quais os portugueses mais encontram informação falsa ou parcialmente correta são a COVID-19 (42,2%), assuntos relacionados com política (34,4%) e produtos e serviços (22,1%)".
Os autores estabelecem ainda uma ligação entre a confiança nas notícias com a perceção sobre a existência de desinformação.
Assim, "mais de metade dos inquiridos que dizem não confiar em notícias (53,1%) encontraram conteúdos falsos ou parcialmente incorretos sobre a pandemia", ao passo que "apenas 39,4% dos que confiam em notícias em geral encontraram conteúdos falsos ou parcialmente incorretos".
O Reuters Digital News Report 2022, 11.º relatório anual do Reuters Institut for the Study of Journalism, foi feito a partir de inquéritos a mais de 90 mil utilizadores da Internet em 46 países, incluindo Portugal.
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