Com a pandemia de COVID-19, os nossos hábitos tornaram-se mais digitais: desde o teletrabalho, às compras online, sem esquecer a telescola. Os mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que, em 2020, 84,5% dos agregados familiares portugueses têm Internet em casa e que 81,7% estão ligados através de banda larga.
De acordo com o “Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação nas Famílias”, realizado entre abril e agosto, o valor representa um aumento de 3,6 pontos percentuais em relação a 2019. O INE indica ainda que a proporção de utilizadores de Internet entre fevereiro e agosto de 2020 aumentou 3,0 pontos percentuais face ao ano anterior.
Tendo em conta as classes de rendimento, os agregados familiares com maiores rendimentos apresentam os maiores níveis de acesso à Internet e à banda larga, com 96,8% e 94,5%, respetivamente. Por outro lado, apenas 66,9% das famílias com menores rendimentos têm acesso à Internet em casa e 62,4% através de banda larga.
Usar a Internet para comunicar e para aceder a informação estão entre as atividades mais frequentemente realizadas pelos inquiridos entre os 16 e os 74 anos durante o primeiro trimestre do ano. Porém, as atividades relacionadas com aprendizagem foram as que registaram um maior aumento.
A percentagem de pessoas que comunicou com professores ou colegas através de portais educativos passou dos 14,5% registados em 2019 para 30,8%. Já os inquiridos que frequentaram cursos online aumentaram para 18%, em comparação com os 7,7% do ano passado.
O Instituto detalha que entre os utilizadores empregados, 31,1% exerceram a sua profissão em regime de teletrabalho, sobretudo na Área Metropolitana de Lisboa, onde a proporção atingiu os 43,2%. Para 29,6% dos internautas em questão, o trabalho em casa foi associado à pandemia.
Em destaque está também a percentagem de pessoas que interagiram com organismos da Administração Pública através da Internet: 59% afirmam tê-lo feito para aceder a informação, fazer o download ou preencher e enviar formulários oficiais.
Em linha com as tendências verificadas que têm vindo a ser verificadas, por exemplo, pela SIBS Analytics, o contexto de pandemia acelerou o comércio online, se bem que o país ainda esteja abaixo da média europeia, avança o INE. A percentagem de pessoas que fez compras online registou o maior aumento desde 2002. Neste ano, 44,5% dos inquiridos fizeram encomendas através da Internet nos 12 meses anteriores às entrevistas e 35,2% no primeiro trimestre de 2020.
A quantidade de encomendas feitas também aumentou, em particular, no caso dos indivíduos que realizaram entre 6 a 10 (mais 9,5 pontos percentuais do que em 2019), assim como os montantes gastos. No caso das encomendas entre 100 e 499 euros, os valores subiram 15,7 pontos percentuais. Naquelas com valores iguais ou superiores a 500 euros, registou-se um aumento de 8 pontos percentuais.
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