Os cibercriminosos têm uma capacidade de se adaptar rapidamente aos assuntos atuais de grande relevou ou tendências gerais, para criar novas campanhas maliciosas, procurando apanhar desprevenidos os utilizadores online. Segundo os especialistas em cibersegurança da Kaspersky, o xadrez é uma dessas tendências, sendo utilizado para propagar trojans e ransomware.

A empresa diz que vários jogadores de xadrez onine têm sido vítimas de ataques diferentes, através de apps para smartphones no Google Play e PC. O aumentado dos ataques justifica-se pelo grande crescimento do xadrez online, em que os jogadores procuram plataformas e aplicações de treino, assim como a entrada em torneios mundiais que são organizados em formato digital. E muitas vezes fazem o seu download em websites de terceiros suspeitos.

A Kaspersky partilhou estatísticas relativas a 2022, onde foram realizadas 139.203 tentativas de ciberataque e cerca de 12 mil jogadores de xadrez. Na sua análise, foram encontrados programas de download capazes de instalar conteúdos indesejados, assim como adwares e trojans, capazes de recolher informação de cartões de crédito, aceder às credenciais de autenticação dos jogadores, modificar dados ou mesmo perturbar o desempenho dos computadores.

Kaspersky xadrez

A maioria dos jogadores visados pelos ataques são da Rússia, Índia, Vietname, Brasil e Alemanha. Foram ainda espalhadas aplicações de xadrez, que na verdade são ransomware, capazes de encriptar ficheiros no equipamento infetado. Um dos exemplos chama-se Chess, disponível no Google Play, embora já tenha sido removida. Outro esquema utilizava um adware que abria separadores de publicidade no browser do computador contra a vontade do jogador, imitando uma aplicação real chamada Chess Pro para o Google Play, com mais de 100 mil downloads.

A empresa de cibersegurança cita o CEO da World Chess, Ilya Merenzon, cuja plataforma online FIDE Online Arena recebe mais de 600 torneios por mês. E tem de lidar com esquemas de batota, gestão de identificação dos jogadores e agora cibersegurança. “A tecnologia está a mudar o mundo do xadrez, pelo que os jogadores devem estar preparados para responder a esses desafios”, refere no comunicado.