De acordo com o mais recente Boletim de Segurança da Kaspersky, entre abril e junho, foram detectados mais de dois milhões de ameaças online em equipamentos usados por utilizadores portugueses.

Ao todo, 19,4% dos utilizadores em Portugal, que fazem parte da Kaspersky Security Network (KSN), enfrentaram ameaças com origem na Internet, colocando o país no 41.º lugar deste ranking.

De acordo com os investigadores da Kaspersky, os ataques através de browsers afirmam-se como o principal método de propagação de programas maliciosos em Portugal.

Em destaque está a técnica de “drive-by download”, um tipo de ataque em que basta que um utilizador visite um site comprometido para que o equipamento seja infetado.

O malware sem ficheiros é outra das ameaças preocupantes, usando mecanismos como o registo do sistema ou subscrições WMI para se manter ativo, o que dificulta a sua deteção.

Em comunicado, a empresa de cibersegurança realça que estas “ameaças invisíveis representam um desafio crescente para a cibersegurança”. Neste contexto, os antivírus tradicionais já não são suficientes, sendo necessário recorrer a soluções com tecnologias mais avançadas, como deteção baseada em comportamento, machine learning e prevenção de exploits em tempo real.

Os ataques de engenharia social, em que os utilizadores são levados a descarregar e instalar ficheiros maliciosos, convencidos de que estão a aceder a software legítimo, são também outro vetor relevante no panorama português, em ataques que exploram, sobretudo, questões como a falta de literacia digital.

A par das ameaças online, os ataques por meios físicos continuam a representar um risco significativo, avançam os especialistas. Só no segundo trimestre do ano, foram detectados mais de 3,2 milhões de incidentes locais em dispositivos portugueses que fazem parte da KSN, afetando 15,4% dos utilizadores.

O mesmo relatório indica que, durante o período em análise, 0,10% das ameaças online detetadas a nível mundial tiveram origem em servidores localizados em Portugal, num total de 348.992 incidentes.

Os especialistas detalham que, embora esta seja uma percentagem modesta, Portugal fica na 38.ª posição global enquanto origem de ameaças, o que pode estar associado à utilização de infraestruturas nacionais por parte de cibercriminosos internacionais.