As tecnologias de ponta podem ser usadas para alcançar “saúde e longevidade, prosperidade para todos e sustentabilidade ambiental”, apontou António Guterres aquando a divulgação de um relatório do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais da ONU.
No entanto, o secretário-geral da ONU advertiu que a erradicação da pobreza extrema, a preservação do meio ambiente e a promoção do crescimento económico, metas das Nações Unidas para 2030, por esses meios também podem aumentar o fosso entre as pessoas.
O documento sublinha que milhões de pessoas ainda dependem do “poder muscular humano ou animal” para produzir e não têm acesso à educação moderna, bem como mais de mil milhões de pessoas vivem sem acesso à eletricidade e outros 2,5 mil milhões com frequentes quebras de energia.
"Sem um nível mínimo de educação, não é possível utilizar tecnologias digitais" e, por conseguinte, colher os benefícios que daí advêm, destaca o relatório de 175 páginas.
Dessa forma, António Guterres exortou os governos a adotarem políticas que garantam que as novas tecnologias "não sejam apenas comercialmente viáveis, mas também equitativas e éticas".
Os especialistas da ONU também pediram maior transparência e responsabilidade pelas decisões baseadas em inteligência artificial, uma vez que, embora possam melhorar o acesso aos serviços públicos, "também correm o risco de reforçar preconceitos e formas de exclusão já existentes".
As advertências também são dirigidas à transformação dos mercados de trabalho nos países desenvolvidos mais ricos, cujos avanços na automação e inteligência artificial estão a causar perdas de emprego.
Por fim, também as redes sociais foram motivos de aviso no documento, acusadas de “manipular a emoção humana e disseminar a desinformação e o ódio” através dos seus novos anúncios direcionados.
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