A autoridade chinesa responsável pela regulamentação da transmissão televisiva no país decretou que os menores de 16 anos deixam de poder assistir a livestreams após as 22h00. As medidas entraram em vigor no passado sábado, dia 7 de maio.

Em adição, estes utilizadores ficam permanentemente proibidos de enviar dinheiro aos streamers. Esta é uma prática comum e encorajada pelas próprias plataformas de streaming que criaram séries de presentes virtuais que podem ser comprados e oferecidos aos criadores de conteúdo que depois recebem o valor das prendas nas suas contas.

7 em cada 10 minutos online são passados em redes sociais. Streaming de vídeos ao vivo impulsiona preferências
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O governo chinês determinou que as plataformas de streaming ficarão responsáveis por impedir a compra destes presentes. O executivo alega que a prática afeta mental e fisicamente os jovens.

Tal como no resto do mundo, o sector do streaming também está a crescer exponencialmente na China. No país, contudo, há uma vertente, que tem menos tração no ocidente, chamada "live commerce" ou "livestreaming e-commerce" e que consiste na venda de produtos em direto. O fenómeno levou o governo a iniciar uma campanha de medidas para a regulamentação da atividade e do seu consumo. Note que, já este ano, o executivo decretou o que poderia ser considerado conteúdo apropriado para as plataformas de streaming.

A pandemia e os sucessivos confinamentos tornaram o livestreaming num modelo comercial eficaz. Em resposta, celebridades, influencers e até oficiais do governo acabaram por ceder à tendência com vista à promoção dos mais variados produtos. Em 2020, o segmento cresceu vertiginosamente.

A plataforma local de livestreaming afirma ter visto a sua base de comerciantes multiplicar por oito, ao passo que as transações comerciais cresceram 160% entre janeiro e fevereiro desse ano. Uma vez que a China continua a lidar com a pandemia de forma impositiva, obrigando boa parte da população a permanecer em casa, o livestreaming mantém-se um formato de sucesso.