O estudo sobre a Educação para a Cibersegurança no Ensino Básico e Secundário em Portugal, realizado pela Universidade do Porto para a Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), procurou mapear as iniciativas, programas e conteúdos curriculares de cibersegurança nas escolas em comparação com o que se faz em outros países da União Europeia.
Nas conclusões, é recomendado que a educação para a cibersegurança seja mais ampla e integrada e que as atividades de segurança digital devem estar de forma contínua em várias disciplinas escolares. E que se deve ir mais além das Tecnologias de Informação e Comunicação e alcançar outras disciplinas, para ajudar os estudantes a desenvolver hábitos consistentes ao longo dos anos.
E a abordagem ao tema deverá ser permanente e integrada, não apenas em eventos ou atividades pontuais desenvolvidas pelas escolas. Também os professores devem ter formação contínua, haver colaboração entre as bibliotecas, autarquias e o CNCS para que se expanda e amplie o alcance dessas mesmas iniciativas.
Por outro lado, deve-se criar um ecossistema digital de gestão de atividades de cibersegurança nas escolas e a implementação de processos contínuos de monitorização e avaliação. Estas são referidas como essenciais para maximizar o impacto das iniciativas e adaptar as ações mediante as necessidades.
O estudo indica dificuldades na promoção das iniciativas por falta de tempo dos professores para desenvolver essas atividades. E a falta de envolvimento dos encarregados de educação dos alunos. Os manuais escolares devem ter exercícios que estimulem a reflexão sobre a presença digital dos alunos e reforcem a importância de práticas seguras e conscientes no uso das tecnologias. E a inteligência artificial, como nova tecnologia, salienta a necessidade de fortalecer a área.
Em termos de competências digitais de jovens, os indicadores sugerem que Portugal está ao nível da Bélgica e Dinamarca, em que estas são maioritariamente básicas e superiores. E são superiores à Alemanha e Itália, mas inferiores à Finlândia, Estónia, Espanha e França. “Quando comparado com outros países europeus, Portugal, embora tenha iniciado a sua transformação digital mais recentemente, apresenta um crescimento significativo”, diz o relatório.
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