Em janeiro, a Google revelou o seu plano para eliminar os cookies de terceiros no Google Chrome através do Privacy Sandbox. A decisão levantou polémica e há quem afirme que a alternativa da tecnológica, a tecnologia FLoC (Federated Learning of Cohorts), acaba por ser tão intrusiva quanto os cookies de terceiros.
Depois de ter adiado o fim definitivo dos cookies no seu browser para 2023, e de ter lançado em março uma fase de testes iniciais limitados do FLoC, a Google volta a fazer mudanças à timeline de implementação dos seus planos.
Inicialmente, os testes mais alargados do FLoC, assim como da tecnologia FLEDGE, decorreriam a partir do último trimestre de 2021. Porém, de acordo com as alterações feitas pela empresa, o período de testes foi adiado para o primeiro trimestre de 2022.
Recorde-se que, na prática, a tecnologia FLoC atribui a cada utilizador um número de identificação único, o FLoC ID. O número anónimo é depois agrupado a um conjunto de outros FLoC IDs com interesses de navegação semelhantes.
Segundo a Google, o método permite “esconder” os indivíduos numa multidão virtual, tendo como base o processamento no dispositivo de forma a manter o histórico de navegação individual privado. A empresa explica que o conjunto (“cohort” em inglês) em que o utilizador se enquadra não é algo fixo e muda consoante os seus hábitos de navegação no browser.
Os dados agregados acerca dos interesses dos diferentes conjuntos serão depois vendidos a anunciantes. Em janeiro a Google indicou que, ao gerar audiências baseadas em interesses, o FLoC revelou-se um “substituto eficaz” aos cookies de terceiros. “Os anunciantes podem esperar ver pelo menos 95% das conversões por dólar gasto em comparação com a publicidade baseada em cookies”. O resultado parece depender da força do algoritmo de agrupamento usado pelo FLoC e o público-alvo que está a tentar alcançar.
Em março, a Google indicou que as funcionalidades de avaliação do Privacy Sandbox teriam impacto numa “pequena percentagem de utilizadores na Austrália, Brasil, Canadá, Índia, Indonésia, Japão, México, Nova Zelândia, Filipinas e Estados Unidos”, mas eram claras as intenções de expandir o número de países.
A mudança terá apanhado vários utilizadores de surpresa e a falta de pormenores concretos acerca de como funciona o sistema e que implicações poderá trazer para a privacidade dos utilizadores tornam a questão mais complicada. Além disso, só em abril é que a Google introduziu uma configuração nas definições do Chrome que permite aos utilizadores não serem escolhidos para testes do FLoC ou de outras propostas do Privacy Sandbox.
Se utiliza frequentemente o browser da Google e não deseja fazer parte deste processo recomendamos que verifique as suas definições do navegador e que desative funcionalidades de avaliação caso estejam ativadas, seguindo as instruções que lhe apresentamos neste How to Tek dedicado à temática.
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