No ano passado, a Google lançou uma ferramenta para acompanhar o volume de vendas em lojas físicas, alegadamente para medir a eficácia dos anúncios online em relação aos produtos promovidos. A empresa nunca explicou como o sistema funcionava na prática, mas a Bloomberg avança agora que as informações eram passadas pela Mastercard. Isto porque, ao que parece, a gigante tecnológica investiu milhões em ações da entidade bancária, segundo fontes ligadas ao negócio.
Nesse sentido, a Google passou a ter acesso a informações relativas aos movimentos e transações dos clientes da Mastercard utilizados para desenvolver a aplicação de supervisão dos anúncios. A publicação refere que os cerca de dois mil milhões de detentores de cartões Mastercard não estão ao corrente do sistema de controlo, já que ambas as empresas nunca revelaram publicamente este acordo.
Os especialistas afirmam que estas ações de supervisão, ao não serem relatadas aos clientes, levantam problemas de privacidade, pois as pessoas não estão à espera que aquilo que compram em lojas físicas estejam ligadas ao que adquirem online. Um advogado refere que as pessoas devem ser informadas sobre o que as empresas fazem com os seus dados pessoais.
A Google refere que a sua ferramenta não lhe dá acesso a nenhuma informação pessoal dos cartões de crédito dos clientes dos seus parceiros, e que esta não é partilhada. O processo é feito através de dados encriptados que ninguém tem acesso.
A Bloomberg explica como funciona o sistema de supervisão das compras offline. É referido por exemplo, que uma pessoa quer comprar uns sapatos, faz a pesquisa online e acaba por clicar numa publicidade, mas sem proceder à sua compra online. O que a Google pretende confirmar é se a pessoa depois os adquire numa loja física, utilizando o pagamento através do cartão Mastercard. Caso isso se confirme, a gigante tecnológica fica a saber e reportará ao anunciante a eficácia do anúncio.
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