A Google tem mais uma dor de cabeça para resolver nos Estados Unidos. A Comissão Federal do Comércio (FTC, na sigla em inglês) foi chamada a analisar se a empresa está a cumprir a legislação federal da privacidade das crianças online. Em causa estão as aplicações para Google Play que a empresa está a rotular com a designação Designed for Families.
A designação “desenhadas para famílias" é uma espécie de selo criado pela Google para identificar aplicações seguras, por cumprirem com a legislação de privacidade para esta faixa etária, que limita a recolha de dados pessoais junto de menores de 13 anos.
O pedido, apresentado por dois representantes do partido democrata, cita estudos de organizações não governamentais, que analisaram 150 aplicações do Google Play, rotuladas como seguras, e descobriram que quase metade partilham dados dos utilizadores com terceiros.
“A FTC tem de usar toda a sua autoridade para proteger os interesses das crianças, quando muitas passaram a estar ainda mais tempo online durante a pandemia”, refere a carta assinada por um senador do Massachusetts e uma representante estadual da Flórida, citada pela News.com.
Recorde-se que a Google no passado já foi multada em 170 milhões de dólares por causa do YouTube violar a mesma lei. Na altura, a empresa foi também obrigada a rever a política de partilha de dados de menores com terceiros, nos vídeos direcionados a crianças e a melhorar os filtros aplicados a este tipo de conteúdos.
O tema da proteção das crianças em ambientes virtuais está na ordem do dia. Na semana passada já tinha sido alvo de debate numa audição parlamentar nos Estados Unidos, onde estiveram outras grandes tecnológicas. Esta semana foi também notícia na sequência da ação legal interposta no Reino Unido por Anne Longfield, ex-comissária da proteção de menores no país, contra o TikTok.
Em causa está a forma como a aplicação recolhe e utiliza os dados de milhões de crianças, tanto no Reino Unido como na União Europeia. A queixa alega que a rede social tem acesso a informações pessoais das crianças, incluindo números de telefone, vídeos, localização exata e dados biométricos. Refere ainda que o acesso a estes dados é feito sem autorização e sem transparência e o mesmo acontece com o destino que lhes é dado.
O TilTok já respondeu, e garante que a privacidade e a segurança são prioridades. A empresa chinesa também garante que a ação não tem mérito e promete contrapor argumentos.
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