Os hábitos, nem sempre saudáveis, associados ao tempo passado frente ao ecrã tem agora uma reviravolta interessante: segundo uma investigação da Common Sense Media, os jovens consideram que os seus pais passam demasiado tempo frente aos smartphones. A instituição, sem fins lucrativos, desde 2003 faz recomendações às famílias e escolas para uma melhor utilização do mundo digital, sobretudo crianças.
No seu mais recente estudo, descobriu que 68% dos jovens e 74% dos pais levam os smartphones para a cama, e 29% dos jovens dormem mesmo com eles. Além disso, mais de um terço dos filhos e mais de um quarto dos pais acordam durante a noite para consultar o telemóvel para além de ver as horas.
Para o estudo, a instituição entrevistou 1.000 jovens e pais nos Estados Unidos, correspondendo a uma segunda vaga da investigação para compreender a utilização dos dispositivos na família e como estes estão a afetar a relação familiar. O primeiro estudo sobre o tema foi feito em 2016.
Mas há mais dados interessantes sobre a investigação. Apesar dos especialistas e médicos recomendarem que se pare de utilizar os smartphones uma hora antes de deitar, 70% dos jovens e 61% dos pais acedem ao telemóvel meia hora antes de adormecerem. Outro dado interessante é que 52% dos pais reconhecem que passam muito tempo com os seus dispositivos, um aumento em relação aos 29% relativos aos dados recolhidos em 2016, na primeira sondagem. Já nos filhos dá-se o oposto: 39% considera que passam menos tempo com os aparelhos, em comparação com os 61% registados em 2016.
Acerca da opinião dos jovens sobre a utilização dos smartphones pelos pais, 39% considera que passam demasiado tempo com os equipamentos, um aumento de 11% de 2016, em que se registou 28%. No entanto, 42% dos entrevistados acham que os pais passam o tempo ideal com os dispositivos, em comparação com os 64% de 2016.
Cerca de 28% dos pais consideram que o uso dos smartphones pelos filhos interferiu na relação familiar, um aumento de quase o dobro face aos 15% anotados em 2016. Na perspetiva dos filhos, 18% acreditam que os pais viciados nos seus aparelhos contribuem para a degradação da relação. De notar que 20% das crianças entrevistadas acreditam que os pais são viciados, contra 2% que consideram não ser.
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