Mesmo que seja esporádica, a utilização da internet é uma realidade para um número cada vez maior de portugueses, como confirmam os últimos dados do Bareme Internet, referenciados pela Marktest. Hoje assinala-se o Dia da Internet, e em Portugal os indicadores revelam que mais de 76% dos portugueses com 15 ou mais anos utilizam a internet, um número que apenas cresceu 1 ponto percentual face a 2019, mas que reduz o chamado "fosso digital" e a fatia de infoexcluídos em Portugal.
A consultora refere que "com a progressiva massificação da utilização da Internet, em que alguns segmentos sociodemográficos já atingiram praticamente o pleno de acesso, não se esperariam evoluções acentuadas na paisagem online nacional, no espaço de um ano", mas sublinha também alguns detalhes específicos por plataformas, como a liderança crescente dos equipamentos móveis e da sobreposição do uso da internet em várias plataformas, nomeadamente o PC, telemóvel e tablet, entre outras.
Os últimos dados revelados pela ACEPI e a IDC mostram também que a percentagem de portugueses infoexcluídos está a diminuir e, segundo o estudo revelado durante o Portugal Digital Summit, já está abaixo dos 20%. Não são os mesmos dados da Marketest, que se foca em utilizadores com 15 ou mais anos, num total de mais de 8,5 milhões de indivíduos, e não numa amostra de toda a população. Mas revelam a mesma tendência positiva.
O gráfico da Marktest mostra que muitos dos segmentos demográficos têm já uma cobertura quase plena no acesso à internet em 2019, e que os crescimentos identificados para 2020, "são naturalmente mais expressivos nos segmentos com menor cobertura anterior". São os casos de faixas etárias mais velhas (com aumentos de 5 p.p. nos segmentos dos 45-54 anos e 55-64 anos) e de classes mais baixas (C1 e 2).
De notar que o crescimento da plataforma mobile phone se verifica em praticamente todos os segmentos sociodemográficos. No extremo oposto a plataforma tablet, que estagnou a nível global, apresenta um recuo visível nos segmentos mais jovens.
A informação partilhada pela Marktest no início de setembro, ainda antes da publicação do Bareme Internet 2020, partida da análise do grupo de portugueses que acedem a sites pelo menos uma vez por mês que serve de base ao netAudience, que em setembro foi mais uma vez liderado pelo "Mundo Sapo", que inclui os vários canais do portal da Altice Portugal que têm um alcance de cerca de 4,1 milhões de utilizadores, o que representa 47,6% dos residentes em Portugal continental com 15 ou mais anos.
Entre a análise de 2019 e 2020 uma das principais mudanças está na utilização da internet no telemóvel, que é agora de 66% face aos 61% de 2019. A percentagem de utilizadores que usa o computador também cresceu, para 61%, enquanto a utilização de tablets se manteve estável nos 18%.
A Marktest não faz a ligação entre os dados e o efeito da pandemia da COVID-19, que foi um acelerador para a utilização das plataformas digitais no acesso a conteúdos de trabalho, escola e entretenimento e que fez crescer as vendas de algumas categorias de equipamentos, como os portáteis e os tablets, por exemplo.
Telemóvel ganha mais espaço no acesso à internet
Os dados da consultora destacam o avanço do smartphone como líder (66%), que assim aumenta a distância a relativamente ao computador pessoal (61%). "No conjunto, o crescimento de internautas é inferior ao crescimento das plataformas, o que implica que uma parte relevante dos novos internautas regulares numa dada plataforma já o eram noutra, o que implica um aumento do número médio de diferentes plataformas usado", refere a consultora.
Na análise do netAudience, o acesso por telemóvel a sites auditados pela Marktest ultrapassou pela primeira vez o PC em agosto de 2018, mas a partir de dezembro desse ano assumiu-se como maioritário e estende-se a outros indicadores.
Em 2018, o telemóvel liderava já em pageviews geradas mais ainda perdia para o computador na contabilização de utilizadores regulares (PC - 55%, phone - 52 %). "No ano seguinte, a ascensão do mobile levou esta plataforma a conseguir também o pódio de pessoas, passando a liderar agora também nos utilizadores regulares de páginas web (61% do universo para 60% via computador pessoal). Mais um ano passou e os dados mais recentes do Bareme Internet revelam agora uma liderança já destacada (66% para 61% do PC)", refere a mesma fonte. E o crescimento acontece em todas as classes socioeconómicas e demográficas.
Mesmo assim os dados apontam para uma maior sobreposição, entre utilizadores que usam tanto o telemóvel como o PC para aceder à internet, que agora são já 53%. O grupo dos que usam apenas o computador pessoal para se ligarem à internet está a diminuir, passando de 13 para 9%, e os que só usam o smartphone aumenta de 13 para 14%.
Tempo dedicado às redes sociais a crescer
A utilização das redes sociais é uma das fatias mais relevantes no acesso à Internet. Dois em cada 3 utilizadores de redes sociais têm menos de 45 anos e o tempo dedicado a estes serviços é, em média, de 96 minutos. Mas os mais jovens dedicam mais de uma hora por dia ao Instagram, Facebook, YouTube, Whatsapp e Messenger, enquanto os mais velhos gastam 76 minutos nestas redes.
Os dados do estudo Os Portugueses e as Redes Sociais 2020 traça o perfil de utilização dos serviços, com uma paridade de sexo, mas um perfil de uma maioria que pertence às classes sociais mais altas, enquanto 36% reside nas regiões da Grande Lisboa e do Grande Porto.
Nos hábitos de acesso é referida a diferença entre os vários estratos da população, sobretudo de idade, com os mais jovens a apresentarem um perfil muito diferente dos mais velhos.
Em termos de horas de utilização, o acesso a redes sociais é sobretudo feito por telemóvel, entre as 20 e as 22 horas, sendo os sábados e domingos o os dias em que se dedica mais tempo a redes sociais. 59% dos inquiridos pela Marktest indicam ver TV ao mesmo tempo em que acedem a redes sociais e 46% referem ouvir música.
A troca de mensagens é a atividade mais frequente, referida por 83% dos utilizadores, seguida de ler notícias em sites de informação (67%) e comentar publicações da rede de contactos (67%).
A tendência de abandono do Facebook pelos mais novos continua a acentuar-se. Apesar da rede ser ainda a mais usada em Portugal, junto dos mais novos, dos 15 aos 24 anos, é o Instagram que domina (57,1%), à frente do Facebook (16,0%), Youtube (10,3%), WhatsApp (10,0%) e Messenger (4,3%), o que aliás se verifica também a nível internacional.
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