Estima-se que existam mais de 22 milhões de equipamentos ligados a redes Wi-Fi domésticas um pouco por todo o mundo, um número que poderá crescer para 38,6 milhões já em 2025. No entanto, uma nova investigação da Check Point destaca que, à medida que o seu nível de utilização cresce, aumentam também o número de pontos de ataque suscetíveis a ser explorados por cibercriminosos.
“Telemóveis, Smart TVs, computadores e brinquedos são apenas alguns dos dispositivos que tendem a ser atingidos”, explica Rui Duro, Country Manager da Check Point Portugal, em comunicado. “O número de produtos que incluem uma câmara ou microfone cresce a cada dia que passa, o que pode tornar-se um problema se estiverem conectados à internet, sem dispor das devidas medidas de segurança”.
O responsável indica que, com o aumento da adoção do teletrabalho devido à pandemia de COVID-19, os cibercriminosos estão a focar-se ainda mais nas “potenciais falhas de segurança presentes nestes dispositivos, com o objetivo de extrair informações pessoais”.
Entre os dispositivos mais atingidos por cibercriminosos destacam-se as televisões. Além de estarem ligadas à Internet, certos modelos de TVs inteligentes contam também com câmaras ou microfones, permitindo a realização, por exemplo, de videochamadas e a utilização de comandos de voz.
Os computadores podem armazenar grandes quantidades de dados, o que, só por si, já se afirma como muito atrativo para os cibercriminosos. Além disso, os equipamentos com funcionalidades de câmara e microfone podem ser utilizados por terceiros para espiar indivíduos e permitir o roubo de informações privadas.
O mesmo se passa com os smartphones. Os investigadores da empresa de cibersegurança detalham que, com o número crescente de funcionalidades presentes nos equipamentos, dados como a localização do utilizador e até os seus dados bancários nunca são totalmente secretos.
Os brinquedos ligados à Internet também apresentam riscos, em particular, para a privacidade das crianças, uma vez que até mesmo produtos mais tradicionais, como bonecos ou peluches fomentam a instalação de apps para obter mais funcionalidades.
Nem os eletrodomésticos inteligentes estão a salvo. Os investigadores recordam, por exemplo, o caso de um robot de cozinha vendido na popular cadeia de supermercados Lidl que incorporava um microfone que gravava as conversas dos utilizadores. Mais recentemente, descobriu-se que os aspiradores inteligentes Roomba da iRobot’s também extraíam informação a cada utilização, com a empresa a revelar que os dados pessoais poderiam ser vendidos a terceiros, já que não existia qualquer norma que descarte a opção de partilhar os mesmos com outras empresas de tecnologia.
“Os inúmeros dispositivos que hoje se ligam à internet facilitam as nossas vidas, sem dúvida. Mas muitas vezes desconhecemos as permissões de acesso que damos a estas ferramentas, não temos consciência das potenciais vulnerabilidades que podem ser exploradas por cibercriminosos”, sublinha Rui Duro.
Assim, aprender a proteger adequadamente os equipamentos e conhecer os riscos que existem são “passos essenciais para evitar ser uma próxima vítima”, defende o responsável. A Check Point indica que os utilizadores devem tomar medidas como a atualização frequente do software dos equipamentos. A utilização de soluções de segurança que detetem atividades maliciosas é fulcral, assim como a restrição das permissões das aplicações usadas nos dispositivos. No que respeita às câmaras, os investigadores recomendam ainda que as tape quando não estão a ser usadas.
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