
O relatório indica que “com as eleições legislativas agendadas para dia 18 de maio, a desinformação começou imediatamente a explorar o incidente do apagão" na Península Ibérica. Durante o período em análise, o Observatório identificou teorias da conspiração e conteúdos falsos alinhados com narrativas russas já conhecidas.
No caso de apagão, as narrativas falsas promoviam teorias sobre um “fenómeno atmosférico raro” e uma “vibração atmosférica induzida”, atacando as políticas "verdes" e espalhando medo, exagero e pânico, realça o relatório, citado pela agência Lusa.
Em Portugal, grande parte dos conteúdos falsos detetados é coerente com as operações de desinformação russas. Recentemente, foi identificada uma campanha de desinformação pró-Rússia que espalhava falsas alegações sobre o apagão em Espanha e Portugal nas redes sociais, atribuindo a falha de energia às sanções europeias contra Moscovo.
Além do apagão, o relatório destaca ainda que a comunidade ucraniana foi alvo de uma história falsa que os acusa de estarem a conspirar para obter cidadania portuguesa, sendo a União Europeia acusada de planear a substituição do dinheiro em numerário pelo “euro digital” dentro de alguns meses, numa narrativa falsa que também foi detetada Grécia, Polónia, Eslovénia, Bulgária e França.
Recorde-se que, anteriormente, um relatório desenvolvido pelo MediaLab do ISCTE, em parceria com a Comissão Nacional de Eleições (CNE), já tinha apontado as primeiras publicações nas redes sociais a sugerir que o apagão teria sido provocado por um ciberataque russo poderão ter tido origem em Portugal.
Em declarações à Antena 1, Filipe Pardal, diretor de operações do Polígrafo, afirma que "nós bebemos muito de narrativas de informação que começam em países mais centrais da Europa e, neste caso, é paradigmático e é uma novidade, porque de facto a desinformação começou aqui, mesmo tendo Espanha também como outro protagonista, por assim dizer, do caso”. “23 minutos depois do apagão começou a circular um excerto de um texto no Facebook atribuído, aliás, à CNN Portugal”, indica.
Em linha com o relatório do MediaLab, a alegada notícia, que teria sido inicialmente avançada pela CNN Internacional, teria declarações atribuídas à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que apontavam a culpa pelo apagão a um ciberataque russo.
Depois do Facebook, a mesma mensagem começou a circular no WhatsApp e chegou a vários países. “Em diferentes idiomas. Identificámos inglês, espanhol, polaco, russo e até indonésio", indica Filipe Pardal, acrescentando que a circulação destas mensagens foi detetada mesmo depois de os boatos terem sido desmentidos.
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