Mais de seis horas por dia “ligados”, privilégio de contactos online em relação aos presencias e a falta de atividades de lazer no mundo real são alguns dos indicadores considerados preocupantes e que resultam de um estudo realizado por investigadores do ISPA que serviu de base ao livro #Geração Cordão, de Ivone Patrão, hoje citado pelo Diário de Notícias.
A psicóloga e terapeuta familiar lembra que ignorar a internet ou proibir as crianças de usar este meio não pode ser a opção para os pais do século XXI, e que o caminho deve ser a criação de regras, que devem ser personalizadas de acordo com cada caso. Dentro das famílias deve ser criada uma regulação informal que possa ajudar os jovens a perceber os limites e as boas práticas.
Citada pelo mesmo jornal, a autora considera alarmante o facto de os jovens dizerem que têm conflitos no seio familiar e que não sentem a sua família como coesa. "É um enorme fator de risco, sobretudo para aquela percentagem que revela já dependência”, refere. Muitos dos jovens confessam facilmente a sua dependência da internet, um facto admitido por 60% dos inquiridos
"Enquanto pais percebemos que temos de os ajudar desde pequenos na autorregulação para saberem como se deve comer, a que horas, as questões do sono, da segurança. Passamos uma série de comportamentos e estamos preocupados com eles, e este é mais um dos comportamentos que temos de ajudar a autorregular", defende a psicóloga, embora admita que não é uma tarefa fácil.
Muitos pais acreditam que os jovens estão mais seguros no computador do que na rua, mas há mais preocupações para além dos jogos e dos predadores ou do cyberbullying. O isolamento e a preferência pela tecnologia são também entraves ao normal desenvolvimento e À socialização, que muitas vezes se verifica no namoro.
O livro #Geração Cordão revela vários casos que servem de exemplo aos problemas e desafios online, mas também há casos positivos, até porque a investigadora não quer que este seja um livro no qual se defende a proibição. "Este é um alerta para a reflexão dos pais e educadores e para promover um diálogo pela positiva, porque, se vamos passar a mensagem de que é um bicho-papão, não estamos a passar a mensagem correta."
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