Desde que chegou ao mercado, o headset Vision Pro está longe de ser um sucesso comercial. O elevado preço de 3.500 dólares para um equipamento utilizado sobretudo para comunicar ou assistir a conteúdos de forma imersiva não ajudou nas vendas. Mesmo reconhecendo o elevado valor tecnológico, com o chip M2 ao nível dos computadores Mac, os melhores ecrãs do mercado e o suporte à App Store, falta algo mais para apelar aos consumidores.

O gaming poderá ser a resposta que justifique o investimento no headset. Até aqui, a plataforma Apple Arcade é a oferta que a gigante tecnológica tem para oferecer, mas jogado de forma tradicional, com os comandos da Xbox ou PlayStation 5. É preciso expandir a tecnologia para oferecer jogos verdadeiramente de realidade virtual e é aqui que pode entrar a Sony, desenvolvendo compatibilidade dos comandos do headset PS VR2 para o Vision Pro, avança Mark Gurman da Bloomberg na sua newsletter semanal.

Veja imagens do Vision Pro:

A Sony lançou o headset de realidade virtual PS VR2 com tecnologia de ponta, incluindo comandos inspirados nas funcionalidades do DualSense da PS5. No entanto, são poucos os jogos que têm sido lançados na plataforma e recentemente lançou um adaptador para tornar o sistema compatível com o PC. E desta forma aceder à biblioteca de jogos disponíveis em outros headsets no mercado lançados no computador.

A parceria com a Apple poderá significar a venda de comandos em separado para o Vision Pro. Por outro lado, o investimento em jogos poderá ser uma rampa para a Apple salvar o headset que muitos já procuram adivinhar a sua morte prematura, com rumores de que a sua produção terminaria ainda em 2024. A Apple poderá ter suspendido o desenvolvimento de uma segunda geração do headset, focando-se na criação de uma versão mais barata do existente.

Mark Gurman sugere que a Apple deveria ter tornado o gaming uma prioridade, construir um comando próprio para o headset e lançar um serviço dedicado para o Vision Pro, ajudando no financiamento de jogos de elevado orçamento, os chamados AAA. Mas que optou pela tecnologia inovadora de interface ligada ao rastreamento ocular e gestos com as mãos, descartando a inovação em comandos. E que desde o início, o sistema nunca foi pensado para gaming.

Veja imagens do PS VR2

Para remediar isso, a Apple terá de convencer os developers a apostar no headset como plataforma de gaming e isso significa investir nos estúdios para criarem jogos para o equipamento. E resolvendo o problema com os jogos, ainda falta a forma de interagir, um comando. A fabricante terá assim feito um acordo com a Sony para adaptar os comandos do PS VR2 ao Vision Pro. A Apple também tem abordado os estúdios que lançaram jogos para o sistema da PlayStation para suportarem o seu headset nos seus títulos.

É ainda sugerido que os comandos do PS VR2 possam ser utilizados para lá do gaming, tais como em tarefas de produtividade e edição de vídeo, através de programas como o Final Cut Pro e o Adobe Photoshop. Apesar do gaming ser o maior foco, a utilização do analógico e os gatilhos podem ser adaptados para a navegação geral do sistema operativo do headset.

A Apple e a Sony já deveriam ter anunciado esta parceria, mas foi adiada para breve, diz o analista. A necessidade de fabricar e vender os comandos em separado ao headset poderá explicar isso. E estes podem chegar às lojas oficiais da Apple, tal como já existem comandos DualSense da PS5.