Os investigadores, que publicaram as suas conclusões num artigo na revista científica Science, começam por explicar que modelos de IA como o GPT-4 da OpenAI têm a capacidade de aprender e usar linguagem humana, num processo que se baseia em biliões de inputs. Já os bebés, recebem apenas milhões de palavras por ano.
Para pôr a prova a sua teoria, a equipa teria de treinar um modelo de IA não com recurso a uma vasta quantidade de dados extraídos da Internet, mas sim a partir dos inputs que um bebé recebe.
Para tal, os investigadores acompanharam a forma como um bebé aprendeu desde os seis meses aos dois anos. De modo a registar este processo de aprendizagem, foi utilizada uma pequena câmara, colocada numa espécie de capacete, usada pela criança durante cerca de uma hora por semana.
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As mais de 60 horas de gravações foram depois transcritas, resultando em quase 250.000 exemplos de palavras, incluindo repetições. Os investigadores fizeram correspondências entre as palavras ouvidas na gravação e o que o bebé estava a ver ou a fazer.
Os dados recolhidos foram usados para treinar um modelo de IA multimodal, em combinação com um algoritmo. Com o treino completo, o modelo foi posto à prova pela equipa, que recorreu ao mesmo tipo de avaliação que é utilizada para perceber a capacidade de aprendizagem de palavras em bebés.
O modelo conseguiu aprender uma quantidade substancial de palavras e conceitos. Além disso, demonstrou que também é capaz de generalizar algumas das palavras aprendidas, aplicando-as a contextos visuais diferentes daqueles que foram vistos durante os treinos
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Wai Keen Vong, investigador na NYU e um dos principais autores do estudo, afirma que os resultados da investigação demonstram como os mais recente avanços algorítmicos, combinados com a experiência natural de uma criança, têm o potencial mudar o nosso entendimento sobre o processo de aquisição e desenvolvimento de linguagem.
Já Brenden Lake, investigador na NYU e também um dos principais autores do estudo, realça que a utilização de modelos de IA para estudar o processo humano de aprendizagem de linguagem poderá ajudar a resolver alguns dos debates que existem acerca dos “ingredientes” necessários para as crianças aprenderem palavras.
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