A petição online Stop Killing Games foi criada para lutar a favor da preservação dos videojogos. Atualmente existem cada vez mais jogos dependentes de servidores para operar, que quando as editoras decidem cancelar o seu suporte, por deixarem de ser rentáveis, estes são simplesmente desligados, desaparecendo do mapa.

O Stop Killing Games diz que “um número crescente de videojogos é vendido efetivamente como mercadoria, sem data de validade declarada, mas concebido para ser completamente impossível de jogar assim que o apoio da editora termina”. Chama a isto uma forma de obsolescência programada, não apenas prejudicial para os clientes, como torna impossível a preservação. E chama a atenção que a legalidade desta prática ainda não foi testada em muitos países.

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A campanha procura “impedir as editoras de desativar os jogos à distância antes de proporcionarem, aos consumidores, meios razoáveis para que os possam continuar a utilizar sem a participação das empresas”. Atualmente, a petição soma cerca de 1,45 milhões de assinaturas, estando em processo de verificação para se proceder à reunião oficial com a Comissão Europeia.

Depois de submeter a petição para o website da Comissão, as autoridades têm três meses para verificar essas assinaturas. Depois disso, os organizadores da petição vão entregar pessoalmente o caso a Bruxelas, num encontro esperado tanto como a Comissão, como o Parlamento Europeu. Da data da submissão, Bruxelas terá seis meses para decidir o que fazer relativo às questões apontadas no documento da Stop Killing Games.

Não existem garantias sobre medidas a favor do caso, mas como avança o Engadget, os organizadores estão a preparar a ação para garantir que os pedidos não sejam ignorados. Estão também preparados para combater qualquer tipo de desinformação ou lobbies das editoras da indústria.

De recordar que a decisão da Ubisoft de encerrar os servidores do jogo de corridas The Crew e pouco depois a sua sequela, foi um dos motivos para a criação da petição. A comunidade não se conformou com o encerramento dos servidores, sendo organizados boicotes aos jogos da editora. A editora prometeu depois um modo offline para The Crew 2 e The Crew Motorfest, para que os fãs continuassem a jogar, sem a necessidade de uma ligação online aos servidores, que entretanto já não existem. A petição pede obrigações das editoras terem medidas como as da Ubisoft no fim de vida dos títulos chamados “Game as a Service”.

De recordar que a Ubisoft fez uma alteração às condições de utilização, de forma a proteger-se em futuras decisões de encerramento de serviços. No ponto 8 (Termination), a Ubisoft esclarece que o acordo é válido desde o momento em que o utilizador adquira um jogo até ser cancelado. Este ponto refere que o contrato pode ser terminado pela Ubisoft, através de uma notificação aos jogadores, quando a empresa decida descontinuar a oferta ou o respetivo suporte ao produto. O ponto acrescenta que “depois de terminar por qualquer razão, terá de imediatamente desinstalar o produto e destruir todas as cópias do produto em sua posse”.