Depois de uma carta aberta apelar a laboratórios especializados que parem o treino de sistemas que sejam mais poderosos do que o GPT-4, surge agora uma declaração conjunta, assinada por CEOs de empresas como OpenAI ou Google DeepMind, além de especialistas da área, que alerta para o risco de extinção devido à inteligência artificial.
No preâmbulo da declaração, publicada pelo Center for AI Safety, é detalhado que a discussão acerca dos “riscos importantes e urgentes” da tecnologia tem vindo a aumentar. No entanto, “pode ser difícil expressar preocupação acerca dos riscos mais severos dos sistemas de IA avançados”.
Apesar de ser sucinta, com apenas 22 palavras em inglês, a declaração ambiciona ultrapassar esta barreira e abrir a discussão, servindo também para dar conta do crescente número de especialistas e figuras públicas que querem que os riscos mais severos da tecnologia sejam levados a sério.
“Mitigar o risco de extinção causado pela IA deve ser uma prioridade global, à semelhança de outros riscos à escala societal, como pandemias e guerras nucleares”, indica a declaração.
Entre os signatários da declaração incluem-se Sam Altman, CEO da OpenAI, e Demis Hassabis, CEO da Google DeepMind, mas também Dario Amodei, CEO da Anthropic, e Eric Horvitz, Chief Scientific Officer da Microsoft.
Ainda no início de maio, os responsáveis da OpenAI e Anthropic, que se juntaram aos da Alphabet e Microsoft, reuniram-se com Kamala Harris, vice-presidente dos EUA, para falar sobre as preocupações e questões levantadas pela inteligência artificial.
Em destaque na lista de signatários estão também Geoffrey Hinton e Yoshua Bengio, investigadores que, em 2018, ganharam um Turing Award pelo seu trabalho na área da IA. Luís Moniz Pereira, professor emérito da Universidade Nova de Lisboa, é outra das figuras a assinar a declaração, depois de ter assinado também a carta aberta em março.
Anteriormente, Sam Altman tinha realçado perante o Congresso dos EUA que a intervenção do governo seria essencial para mitigar os riscos dos sistemas de IA, propondo a criação de uma entidade que tenha o poder para atribuir e retirar licenças para o desenvolvimento de modelos de larga escala.
Já do outro lado do Atlântico, o Parlamento Europeu deu recentemente mais um passo tendo em vista a aprovação do AI Act, o novo quadro legal europeu para regular a inteligência artificial, passando a incluir medidas mais “apertadas” para serviços como o ChatGPT. A Comissão Europeia espera, este ano, um acordo na União Europeia relativamente ao AI Act, se bem que admita que as novas regras só venham a entrar em vigor em 2025.
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