O regulador britânico da concorrência (CMA) revelou dados de mercado, sobre a quota da Microsoft na área de cloud gaming no país, que permitem perceber o ritmo de crescimento da empresa nesta área, apenas num ano. Segundo esta informação, a quota do serviço xCloud em 2021 estava entre 20 e 30%. Em 2022 passou para um intervalo entre 60 e 70%.
Os dados foram divulgados no âmbito da investigação à compra da Activision Blizzard pela Microsoft, que o regulador britânico, como muitos outros em todo o mundo, está a investigar e já disse que não vê com bons olhos, por causa do potencial impacto para a concorrência. Os dados agora detalhados pelo site 9to5Google parecem confirmar que a empresa já está lançada para tomar um lugar que, até 2021, tinha dificuldades em discutir com a concorrência.
Os mesmos números mostram que, em 2021, o serviço da Sony ainda liderava no cloud gaming, com uma quota entre 30 e 40%, e que o Nvidia GeForce Now discutia a segunda posição do ranking, com uma quota entre 20 e 30%, com o xCloud. Ambos ficaram claramente para trás em 2022, com um intervalo de quota estimada, no final do ano passado, que não vai agora além dos 10 a 20%.
Nesta tabela também está o Google Stadia, a oferta concorrente da Google para o mesmo segmento, que entretanto foi descontinuada pela empresa por falta de tração, uma realidade que os dados apurados pelo regulador britânico também confirmam. Em 2021, o Google Stadia tinha 5 a 10% do mercado britânico de cloud gaming, em 2022, no máximo 5%. Em 2022, a análise também mostra que o serviço Amazon Luna pode já ter uma quota até 5%.
A CMA divulgou esta semana as conclusões preliminares da sua investigação aprofundada ao negócio da Microsoft com a Activision Blizzard, onde refere o mesmo que já tinha dito. O regulador acredita que o negócio, sem qualquer tipo de condição, vai prejudicar os jogadores britânicos e pode conduzir a uma subida de preços, menos opções de escolha e menos inovação.
O documento divulgado propõe um conjunto de possíveis remédios, para atenuar este impacto. Nenhum deles dentro daquilo que a Microsoft já se mostrou disposta a fazer, embora a empresa já tenha vindo reafirmar que vai continuar a trabalhar para satisfazer as preocupações dos reguladores.
A CMA propõe diferentes opções para reduzir o impacto da compra, que passam pelo desinvestimento em áreas específicas da Activision Blizzard, como por exemplo, a venda do negócio que integra a franquia Call of Duty, a mais rentável do mercado de videojogos.
O documento foi colocado em consulta pública. Depois de receber as opiniões do mercado e da Microsoft, a CMA voltará a analisar o caso e deve apresentar uma decisão final sobre a compra, anunciada em janeiro do ano passado, a 26 de abril.
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