Ontem foi um dia em grande para os consumidores de produtos da Apple, com a revelação do novo iPad Air, cores adicionais para o iPhone 13 e que a chegada do iOS 15.4 na próxima semana, dia 18 de março. Mas a grande surpresa foi a revelação do novo processador M1 Ultra, aquele que a Apple apelida de autêntico “monstro”.
Na verdade, não se trata de um novo processador, mas sim a junção de dois CPUs M1 Max. Até aqui, o Max era a versão mais potente da família M1, depois da versão standard e Pro. Mas o Ultra resulta naquilo que a Apple explicou de “um feature escondido” que nunca revelou anteriormente. O M1 Max tem um conector apelidado de UltraFusion que permite ser ligado a um segundo chip igual, transformando-se naquilo que a fabricante chama de Ultra.
Entre algumas features, o novo processador Ultra garante uma largura de banda de 2,5 TB e uma soma de 114 mil milhões de transístores. Por isso, o dobro do tamanho físico do processador significa também o dobro da sua potência. Se o Max tinha 10 núcleos de CPU, o Ultra ganha 20 núcleos; o GPU tem duas versões opcionais, 24/32 núcleos no Max e 48/64 núcleos no Ultra. E os 16 núcleos de processamento neural passam a 32. A empresa promete assim mais de 90% de potência, mas a um custo inferior de energia.
Veja na galeria imagens do Mac Studio
E o “dobro” parece ser mesmo a palavra-chave da oferta da Apple para o novo Mac Studio, revelado no evento Peek Performance. Este é o computador profissional, com um novo design, que a Apple disponibiliza para os profissionais mais exigentes. A sua forma em cubo, de 7,7 por 3,7 polegadas revela-se uma autêntica “bomba”. Quando se fala do dobro da potência do processador, todo o computador escala nas duas versões disponíveis, com o Max e o Ultra.
O Mac Studio equipado com o M1 Max oferece 32 GB de memória unificada na sua gama de entrada. A memória RAM unificada significa mais capacidade de desempenho quantas mais aplicações estiverem a trabalhar em simultâneo. No caso do Mac Studio, o computador pode integrar até 128 GB de memória. Assim, se o Max começa com 32 GB, o Ultra começa no dobro, com 64 GB de RAM. O mesmo se aplica ao armazenamento interno. O Max tem um SSD de 512 GB, ao passo que o Ultra duplica a capacidade para 1 TB.
O resto dos componentes são semelhantes entre as duas versões, exceto o detalhe das portas de conetividade na frente do computador. O Max oferece duas portas USB-C, enquanto que no Ultra são Thunderbolt 4. A configuração na traseira é igual, com quatro portas Thunderbolt 4, duas USB-A, um HDMI e entrada ethernet de 10 GB, assim como jack 3,5 mm para ligar auscultadores.
Compreender a escalada dos preços
Com um processador a dobrar a potência e outros componentes com o dobro da capacidade, a Apple parece ter simplificado as contas: o preço do computador equipado com o M1 Ultra custa o dobro da versão M1 Max, ou perto disso. Ou seja, o Max começa nos 2.349 euros, com um chip com GPU de 24 núcleos, 32 GB de RAM e 512 GB de SSD. A versão com o Ultra custa 4.649 euros para o GPU com 32 núcleos, e claro, o dobro das especificações (64 GB de RAM e 1 TB de SSD).
No website de venda do computador pode configurá-lo mediante as suas necessidades e obter algumas diferenças de preço. Para ter uma ideia, a Apple pede 230 euros por um upgrade entre o mesmo processador Max da versão base com GPU de 24 núcleos para 32 núcleos. A escalada para o Ultra de 48 núcleos custa mais 1.610 euros ou mais 2.760 se optar pelo processador de 64 núcleos de GPU.
E a diferença entre as opções de memória também podem ser impressionantes. Apenas a versão Max pode ter 32 GB de RAM, sendo o respetivo upgrade para 64 GB mais 460 euros e 128 GB custará mais 1.380 euros (embora esta opção de memória já obrigue a ter um CPU Ultra.
Em relação ao SSD, começando pela versão de 512 GB, um upgrade para 1 TB custa 232,40 euros, 2 TB 696,71 euros. Pode optar por até 8 TB de SSD independentemente da versão do processador que escolher, neste caso, passar dos 512 GB para 8 TB vai ter de pagar 2.766,71 euros pelo upgrade.
Veja na galeria as variações de preços do novo computador:
Para compreender quanto custa a versão mais cara do Mac Studio, adicionamos todos os componentes no máximo. O valor chegou aos 9.253,31 euros, optando pelo processador Ultra de 64 núcleos de GPU, 128 GB de RAM, 8 TB de SSD. E nem sequer foi adicionado as ofertas de software, pois teria de pagar 300 euros pelo Final Cut Pro e o Logic Pro por 200 euros. Ou seja, a fatura final seria de 9.753,29 euros.
É interessante olhar para os preços numa escalada para baixo. Com as especificações no máximo, passar de 8 TB de SSD para a versão de 1 TB pode poupar qualquer coisa como 2.534 euros. Para ter uma comparação, uma unidade SSD 2.5 polegadas da Samsung V-Nand SATA de 8 TB custa cerca de 800 euros no mercado. Obviamente que as otimizações da Apple no seu sistema podem, ou não, justificar este preço. Por outro lado, a diferença entre equipar o PC com 128 GB de RAM ou 64 GB de RAM é de 920 euros. Neste caso, os preços são mais “realistas” com as ofertas no mercado.
Além do novo computador, a Apple revelou o monitor Mac Studio Display. O monitor oferece um ecrã com 5K Retina display de 27 polegadas. Tem um chip A13 no seu interior, que gere uma câmara 12 MP, sendo o mesmo equipado no iPad. O monitor suporta Center Stage pela primeira vez no Mac. Tem três microfones de qualidade de estúdio. Tem um sistema de som com seis colunas para um som ambiente de alta qualidade, divididos entre subwoofers e twitters, suportando Spatial Audiol. O ecrã do estúdio tem três portas USB-C e uma Thunderbolt, permitindo ligar um Mac através de um cabo com 96 W. Pode ligar até três monitores a um portátil da Apple.
Mais uma vez os preços do monitor alteram mediante as opções. A versão standard apresenta um ecrã com um vidro padrão, que a Apple diz reduzir os reflexos. Neste caso custa 1.799 euros optando pelo suporte para ajuste de inclinação. O mesmo preço para a opção de um adaptador de montagem VESA. A opção do suporte para ajuste de inclinação e altura o monitor custa 2.259 euros para o mesmo tipo de vidro.
A segunda opção de ecrã é um vidro nanotextura, capaz de dispersar a luz para minimizar ainda mais os reflexos, melhorando a imagem, diz a Apple, em locais com maior dificuldade de iluminação. O seu valor é de 2.049 euros para o suporte básico e VESA. Se optar pela opção de suporte com ajuste de inclinação e altura custa 2.509 euros.
Contas feitas, se optar pelo Mac Studio Ultra com todas as opções (9.753,29 euros) mais o novo monitor Mac Studio Display com as características mais caras (2.509 euros) vai pagar 12.262,29 euros.
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