Em maio, a IBM partilhou o seu roadmap no desenvolvimento da computação quântica, com o objetivo de ter supercomputadores em 2025 de mais de 4.000 qubits. O anúncio do seu novo processador Osprey é mais um passo em frente nessa meta, com 433 qubits, mais potente que o anterior Eagle de 127 qubits, anunciado exatamente há um ano.

O anúncio foi feito na conferência anual IBM Quantum Summit 2022, onde foram discutidas as novidades e avanços relacionados com o hardware e software quântico. Segundo o Dr. Darío Gil, vice-presidente da IBM e diretor da investigação, o novo processador Osprey é um passo mais próximo do ponto em que os computadores quânticos vão ser utilizados para resolver problemas que anteriormente ainda não tinham solução. “Continuamos a escolar continuamente e a avançar a nossa tecnologia quântica entre o hardware, software e a integração clássica para enfrentar os maiores desafios do nosso tempo”.

IBM Osprey

O novo processador Osprey de 433 qubits triplica a capacidade de processamento do Eagle de 127 qubits. É referido que este processador tem o potencial de correr computações quânticas complexas, muito para lá das capacidades dos computadores clássicos. É explicado como referência, que o número de bits clássicos que seriam necessários para representar o estado do Osprey, excederia de longe o total número de átomos do universo conhecido.

Além do processador, a fabricante partilhou o ponto de situação do seu sistema quântico. O IBM Quantum System Two continua a ser melhorado, tratando-se de um sistema desenhado para ser modular e flexível, capaz de combinar múltiplos processadores num único sistema com links de comunicação. Esperando estar operacional no final de 2023, este será um bloco de construção do supercomputador quântico, a próxima vaga da computação quântica.

A sua possibilidade de escalar através da sua arquitetura modular e a comunicação quântica visam aumentar a sua capacidade de computação. A IBM diz que o sistema utiliza middleware híbrido de cloud para que possam ser integrados os processamentos quânticos e clássicos no fluxo de trabalho.

A IBM revelou também preocupações no uso indevido da tecnologia quântica. Ou seja, quanto mais poderosos se tornam, será crucial que as fabricantes de tecnologia tomem medidas para proteger os seus sistemas e dados contra potenciais computadores quânticos no futuro, capazes de desencriptar os standards de segurança utilizados atualmente.

Nesse sentido, espera-se que o sistema z16 equipado com tecnologia de segurança quântica contribua com algoritmos em ligação à NIST, a entidade responsável pela criação dos standards utilizados na indústria. E espera que em 2024 sejam criados os standards de segurança.

Durante o evento foi também anunciado que a Bosch aderiu à rede quântica da IBM para explorar as suas possibilidades. A Vodafone também já é parceira e visa explorar a criptografia de segurança quântica. Na área dos serviços financeiros, o banco francês Crédit Mutuel também se juntou à rede.

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