A Sony está a construir um catálogo impressionante de títulos para 2018, entre sequelas, reboots e novos títulos originais, destacando-se God of War e Detroit: Become Human. Mas se há um jogo que é antecipado por muitos fãs é, sem dúvida, a nova aventura de Spider-Man, desenvolvida pela Insomniac Games. O estúdio tem uma longa experiência na criação de videojogos, sendo conhecido pelas séries Spyro the Dragon, Ratchet and Clank, Resistance e mais recentemente Sunset Overdrive.
Foi exatamente o seu currículo tão díspar que levou a Marvel a abordar o estúdio para produzir um novo jogo: “visitaram-nos na Insomniac e disseram-nos que fazíamos jogos excelentes, pedindo-nos para fazer um projeto Marvel, e nós respondemos que sim claro, o Homem-Aranha por favor”, revelou Jon Paquette, escritor principal do estúdio em entrevista ao SAPO TEK durante a apresentação do jogo, num dia marcado pelo intenso calor, num pátio à beira do Tejo.
A Marvel disponibilizou todo o seu catálogo de super-heróis e o estúdio nem pestanejou ao escolher o aracnídeo. O motor de jogo desenvolvido para Sunset Overdrive, capaz de oferecer uma experiência de exploração livre da cidade foi adaptado para conferir ao Homem-Aranha toda a liberdade, vertical e horizontal, para balançar-se nas teias por Nova Iorque, o palco da ação. Além disso, o estúdio é reconhecido pelo humor cunhado nos seus jogos, essencial para dar vida ao alter-ego de Peter Parker.
Por fim, a Insomniac é igualmente especialista em criar armas e gadgets fora do comum, experiência igualmente adicionada ao génio do protagonista, que nesta aventura é um cientista acabado de se graduar, a trabalhar num laboratório. Na verdade, o estúdio optou por construir uma história totalmente original, ainda que tenha bebido inspirações nos filmes e banda-desenhada, esperando-se o desfilar de diversas personagens conhecidas, vilões e amigos, que os fãs irão prontamente reconhecer.
Homem-Aranha com muita experiência
No jogo, e ao contrário do recente reboot dos filmes baseados no Marvel Cinematic Universe, o Homem-Aranha da Insomniac Games tem 23 anos e combate o crime há oito. Jon Paquette refere que “muitas pessoas já viram as histórias de origem em aventuras anteriores, que foi picado pela aranha quando tinha 15 anos. Quisemos fazer algo diferente, que fosse refrescante e uma das formas de o conseguir é mostrar a personagem um pouco mais velha, a explorar a altura da vida do início dos 20 anos, quando se é um jovem adulto. Apresentamos uma cidade cheia de desafios, não só para o Homem-Aranha, mas para o próprio Peter Parker”, justifica a opção do estúdio que foi abençoado pela própria Marvel.
João Lopes, relações públicas da PlayStation Portugal, refere a importância de Marvel Spider-Man no seu catálogo, “um dos grandes momentos de 2018, depois de God of War (considerado o jogo que vendeu mais rápido na história da PS4) e Detroit: Become Human, capaz de nos levar para um universo grandioso, com uma história original, criada para este produto, sendo a personagem um dos maiores ícones do entretenimento a nível mundial”. Por isso, a personagem poderá atingir um público que, por norma, nem tem muito contacto com videojogos, conclui o porta-voz da Sony.
A gigante tecnológica vai investir na divulgação do jogo, apresentando um bundle com a consola totalmente caracterizada com o aracnídeo, para além de edições especiais de colecionador. Como não podia deixar de ser, em Portugal o jogo conta com um elenco de atores portugueses, mas na data do evento a Marvel ainda não tinha dado luz verde para serem anunciados, “mas prometemos alguns nomes sonantes no panorama nacional”, conclui João Lopes em declarações ao SAPO TEK.
Durante o tempo da demonstração foi possível ter um primeiro contacto com a jogabilidade, o grafismo e a sensação de liberdade que é explorar a gigantesca metrópole a balançar em teias. Ao contrário de outros jogos baseadas na personagem, há realmente uma verdadeira sensação e adrenalina no controlo do aracnídeo, a fluidez com que dispara as teias, as mudanças de direção, os mergulhos verticais, num “bailado coreografado” entre os arranha-céus que apenas o Homem-Aranha consegue fazer. E essa foi uma das preocupações do estúdio, segundo o representante do estúdio que esteve em Lisboa para a apresentação.
Sempre pronto para combater o crime
A cidade está cheia de ícones que representam missões, atividades ou simples crimes que devem ser travados pelo herói. A versão disponível mostrou o início do jogo, em que a personagem foi chamada para assistir na prisão de Wilson Fisk, o Kingpin, um dos arqui-inimigos do protagonista, culminando numa intensa batalha contra o próprio. Outros inimigos estão já garantidos como Mr. Negative, Shocker, Rhino, Scorpion e o Abutre, mas também caras conhecidas como Miles Morales e Mary Jane, que segundo o estúdio será uma personagem jogável.
Entre as atividades disponíveis no mapa do jogo é possível encontrar mochilas presas com teias de aranha espalhadas pela cidade, destruir bases do Kingpin, e claro, salientar o dom para a fotografia que é um hobby de Peter Parker. O Sapo TEK teve igualmente oportunidade de controlar o jovem sem o fato, realizando algumas atividades no laboratório onde trabalha, sendo alguns deles mini-jogos com puzzles para resolver, sobressaindo a sua inteligência.
Os combates são fluídos, ainda que desafiantes, com a personagem a distribuir socos e pontapés aos inimigos que surgem em catadupa. À primeira vista, o combate lembra bastante o sistema Free Flow da série Batman Arkham, produzida pela Rocksteady, como confirma o escritor da Insomniac, “mas adicionámos diversas interações únicas de utilização dos elementos do cenário no combate, além do dinamismo de combater no ar, depois de projetar os inimigos". O resultado é um aparato visual divertido, ainda que desafiante.
E a experiência de controlar o herói na ação pareceu orgânica e fluída, recorrendo ainda à sua habilidade primária de “sentido de aranha” que evita ser atingido pelos disparos das armas de fogo, alertando o jogador para se desviar no último segundo. E é sempre divertido pendurar inimigos ou prendê-los às paredes com a as teias viscosas, sempre acompanhado das diversas tiradas repletas de humor que a personagem debita durante o calor dos combates.
Foi ainda possível explorar um pouco dos menus desta versão antecipada, acedendo às opções de melhoramento das habilidades da personagem, através de pontos de experiência acumuladas com as missões e combates. Aumentar o poder das teias ou desenvolver novos golpes acrobáticos e engenhocas são possibilidades propostas ao longo da aventura.
Quando o SAPO TEK perguntou a Jon Paquette se esta seria a primeira de várias aventuras de Homem-Aranha, o escritor foi cauteloso e rematou para os fãs a responsabilidade de possíveis sequelas, mediante o sucesso do jogo. Mas deixou a promessa de várias expansões (DLC) no futuro para prolongar a aventura do super-herói da Marvel, sendo a primeira chamada "The City That Never Sleeps". A Sony já revelou que o jogo está pronto e foi para duplicação, significando que vai cumprir a data de 7 de setembro para chegar às prateleiras.
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