EOS R1 e EOS R5 Mark II são as novas câmaras da Canon para profissionais e criadores de conteúdo

A Canon está a comemorar o 37º aniversário da gama de câmaras fotográficas EOS, lançada originalmente em 1987. Para “assoprar” as velas, a fabricante japonesa apresentou em Munique os seus dois novos modelos topo de gama, a EOS R1 e EOS R5 Mark II, evento que o SAPO TEK assistiu a convite da marca, tendo oportunidade de experimentar em primeira mão as câmaras.

Desde sempre que a gama EOS foi bem acolhida pelos profissionais, por introduzir uma rápida resposta nos disparos, mas também o conforto de utilização. Desde então a Canon tem vindo a aprimorar a tecnologia de imagem, os sistemas de coloração e flexibilidade de utilização. Em paralelo, a tecnologia das lentes também tem evoluído e as objetivas são o olho profundo das câmaras.

Veja na galeria imagens da apresentação:

O catálogo da Canon pretende ser o mais abrangente possível, dos utilizadores iniciantes aos fotógrafos e cineastas profissionais, juntamente com as dezenas de opções de lentes RF disponíveis no seu catálogo. E mais que a pensar num salto tecnológico para o presente, a Canon mantém um constante olhar para o futuro, com câmaras que registam imagens de vídeo a 8K e já utilizam processadores NPU de inteligência artificial para melhorar a imagem, dentro do próprio equipamento.

E para quem se queixava do sobreaquecimento das câmaras durante a gravação contínua de vídeo, a fabricante introduziu nos novos modelos sistemas de dissipação de calor e ventoinhas internas. Mais que câmaras, os novos modelos parecem poderosos computadores com capacidade de filmar e fotografar.

Canon EOS R1 talhada para captar imagens em condições extremas

Com uma lista onde apontou mais de 100 diferenças entre a nova EOS R1 e a anterior EOS R3, a Canon destacou a evolução tecnológica deste modelo. Salientou a sua eficácia na execução de disparos contínuos, sobretudo em ambientes com menor iluminação. No coração das novas câmaras estão o chip Digic X e o Digic Accelerator, numa nova plataforma de imagem gerida por deep learning e IA para melhorar o autofoco, a qualidade da imagem e ainda a possibilidade de gravar vídeo enquanto fotografa em simultâneo.

A Canon desenhou a EOS R1 especialmente para repórteres de notícias e fotógrafos de desporto, uma vez que estão em eventos onde necessitam gravar com muito movimento. E para o demonstrar, os convidados do evento foram levados para a BMW Park, o estádio de basquetebol do Bayern de Munique, para testar as câmaras em condições semelhantes, com o treino da equipa de jovens e ainda sessões de breakdance, colocando à prova o sistema de autofoco e a capacidade de registar em locais menos iluminados.

Uma das funcionalidades é a combinação de dados e pixéis no sistema Dual Pixel AF, tecnologia que tem evoluído ao longo dos anos segundo a Canon, nos modelos EOS R5 e R6. A nova EOS R1 mantém o registo de imagens a 24,2 MP, que a Canon considera ser o “sweet spot” para a fotografia. A empresa diz que pela primeira numa câmara mirrorless tem o sistema cross-type AF, ou seja, a capacidade de detetar linhas verticais e horizontais quando foca o sujeito.

Veja na galeria imagens das câmaras:

Ainda no que diz respeito aos dois processadores, além do AF mais rápido, faz o rastreamento de obstáculos com mais eficácia, melhor identificação dos sujeitos, uma redução do shutter e oferece melhores framerates. O destaque vai para a capacidade de deteção e reconhecimento dos detalhes, desde os olhos, uma bola, a cabeça, torço e membros, tornando-a eficaz em situações de desporto, como uma partida de basquetebol onde vários atletas e a bola podem aparecer na fotografia.

Para fotógrafos que necessitam de disparos rápidos, a EOS R1 é uma autêntica “metralhadora”, tendo aumentado a velocidade. É possível disparar pré-continuamente até 20 disparos e depois fazer 40 FPS de disparos contínuos, tendo a possibilidade de personalizar a velocidade e utilização a opção de Burst.

O sistema de deep learning ajuda a melhorar a qualidade das imagens quando é necessário fazer um upscaling. Processado internamente na câmara, a Canon diz que as imagens ganham mais resolução sem comprometer a velocidade e sensibilidade. Os utilizadores podem fazer até 4X de upcasling no equipamento, num total de 96 MP, incluindo a capacidade de crop.

A câmara tem capacidade de gravar vídeo RAW a 6K de resolução a 60 FPS, ou 4K a 120 FPS e 4K a 60 FPS ovesampled. A câmara suporta dois cartões (SD Card e CF Express) em simultâneo. Pode gravar vídeo para um cartão e registar as fotografias para outro ao mesmo tempo, sem interrupções ou perder qualidade nas imagens. A câmara também suporta Wi-Fi 6E, para transferir rapidamente os ficheiros.

EOS R5 Mark II grava vídeo a 8K a 60 FPS em RAW

Apesar de partilharem muitas das novas tecnologias apresentadas pela Canon, a EOS R5 Mark II é uma máquina com maior capacidade de gravação de vídeo, registando até 8K de resolução em RAW a 60 FPS. É nesta câmara que a Canon aposta as suas fichas de inovação, para se manter no topo de um mercado bastante competitivo.

Outra das características salientadas neste modelo é a sua capacidade de manter o foco nos sujeitos, mesmo quando este sai do centro por breves momentos. Foi dado o exemplo de um jogo de voleibol para demonstrar a sua capacidade de acompanhar os movimentos frenéticos dos jogadores. Antes mesmo do utilizador premir o botão de disparo, já o sistema capturou 15 frames.

Os processadores conseguem nesta câmara obter ainda mais detalhe no upscaling, registando até 180 MP, mais uma vez, processado na câmara.

A fabricante destaca o rastreamento ocular (Eye Tracking AF) na gestão do autofoco. O utilizador consegue encontrar o foco diretamente no pequeno ecrã View Finder da câmara fotográfica. Para desenvolver a tecnologia, a Canon criou um olho artificial usado no seu laboratório para estudar o posicionamento dos olhos no pequeno ecrã.

Veja na galeria imagens captadas com a Canon EOS R5 Mark II:

Nas câmaras de amostra que experimentamos no evento, este sistema ainda não estava implementado na perfeição, segundo comentaram alguns fotógrafos profissionais presentes. O sistema consegue ainda calcular as previsões onde a bola vai estar numa partida de basquetebol, alterando rapidamente o autofoco entre os sujeitos.

O modelo tem um sistema de estabilizador de imagem no próprio corpo da câmara, assim como sensor de aceleração, giroscópio e outras tecnologias que ajudam a captar fotografias e vídeo de forma mais nítida. Este modelo herdou muita da tecnologia de cinema que a Canon introduziu no anterior EOS C400 C, ajudando a tornar o vídeo mais cinematográfico.

E a prova que a EOS R5 Mark II foi feita para filmar é a evolução da sua capacidade para gravar continuamente mais de 120 minutos a 8K a 30 FPS, o que certamente vai “estourar” primeiro o armazenamento interno. Para resolver os problemas de sobreaquecimento, o modelo tem uma ventoinha no interior que mantém a câmara arrefecida, juntamente com uma estrutura de dissipação de calor em todo o seu interior.

Este modelo compacto foi aquele que utilizámos mais tempo durante as amostras de experimentação no evento. Houve tempo para registar os momentos rápidos dos afundanços no cesto, os movimentos contorcidos das danças de breakdance, e um momento mais clássico, a fotografia de modelos profissionais e automóveis.

Quanto à chegada ao mercado, prevê-se um lançamento em agosto. A EOS R1 vai custar 7.649,99 euros e a EOS R5 Mark II terá um preço de 4.859,99 euros.

A acompanhar as câmaras a Canon tem um leque de novas lentes, incluindo a RF 24-105 mm, a F2.L IS ISM Z e a RF 35 mm F1.4L. Há também uma novidade para quem desejar criar conteúdos em realidade virtual, uma lente especial que se divide em duas para o efeito imersivo tridimensional.

Nota de redação: O SAPO TEK deslocou-se a Munique, na Alemanha a convite da Canon para conhecer as novas câmaras.