Os Estados Unidos vão adiar até junho de 2027 a introdução de novas tarifas à importação de semicondutores chineses. A administração Trump reafirmou a intenção de aplicar novas tarifas à China nesta área, sublinhando que a medida é uma reação à procura pela China de um domínio “irracional” da indústria de chips, mas acrescentando que a medida não entrará em vigor tão cedo.

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“A tentativa da China de dominar a indústria de semicondutores é irracional e sobrecarrega ou restringe o comércio dos EUA, sendo, portanto, passível de ação judicial”, refere um comunicado do Representante Comercial dos EUA, citado pela Reuters.

“Durante décadas, a China tem visado a indústria de semicondutores para obter domínio e tem empregado políticas e práticas ilícitas cada vez mais agressivas e abrangentes na busca pelo domínio do sector”, acrescenta a mesma nota, também citada pela CNBC.

As taxas a aplicar vão ser reveladas pelo menos 30 dias antes da entrada em vigor, dando mais alguma margem e previsibilidade às empresas americanas que têm aguardado com receios o desfecho do tema. Os EUA alegam que as medidas são necessárias porque há mais um relatório oficial a reforçar as suspeitas sobre alegadas práticas comerciais desleais da China.

A China já reagiu, mostrando-se mais uma vez contra a aplicação deste tipo de tarifas. Através da embaixada, defendeu numa declaração enviada à agência Reuters que “politizar, instrumentalizar e usar como arma as questões comerciais e tecnológicas, além de desestabilizar as cadeias industriais e de abastecimento globais, não beneficiará ninguém e acabará por sair pela culatra”. Na mesma declaração, assegura-se que vão ser tomadas todas as medidas para salvaguardar os direitos da China e os seus interesses legítimos.

A Reuters diz que os EUA adiaram uma decisão sobre o tema para diminuir as tensões com Pequim, por causa das restrições chinesas à exportação de metais de terras raras, que afetam em larga medida grandes empresas americanas, como as tecnológicas. Outros sinais de boa vontade podem seguir-se a este, antecipa-se, incluindo uma revisão à decisão que proíbe empresas como a Nvidia de exportarem os seus chips mais avançados para a China.

A administração Trump já tinha mudado de ideias nesta matéria, dizendo que a proibição podia não ser aplicada em troca de uma percentagem nas vendas. Pode agora estar disposta a fazer mais alguns ajustes à posição anterior sobre a venda dos segundos chips mais potentes da Nvidia na China.

A guerra das tarifas animou todo o ano de 2025, desde que Donald Trump tomou posse como presidente dos Estados Unidos e parece estar para durar. As primeiras medidas foram anunciadas em abril, com avanços e recuos desde então.

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