Juntar o mundo da tecnologia com o universo da medicina pode ser um processo complicado, mas vale a pena pelos resultados que vão começando a estar à vista de todos. Que o digam os responsáveis da Recursion e da MindMed.

Tentando construir aquilo que chama de “sistema operativo para industrializar a descoberta de medicamentos” na Recursion fazem-se atualmente cerca de 1,8 milhões de experiências todas as semanas, recorrendo à robótica e ao poder computacional do deep learning para tratar de vários petabytes de dados, revelou Tina Larson, presidente da empresa.

Na MindMed o “negócio” é o da saúde mental numa tentativa de desenvolver uma nova geração de terapias e medicamentos psicotrópicos. Numa altura em que a saúde mental nunca esteve tão na ordem do dia e “em que nos apercebemos que a medicina tradicional não tem funcionado”, a abordagem é encarada como “uma possibilidade completamente revolucionária” afirmou o CEO Robert Barrow na sessão “Therapy 2.0 - The next step in mental health” do Web Summit.

Quanto à pergunta sobre se os métodos em desenvolvimento podem vir a curar as doenças mentais por completo, o responsável da MindMed é mais ponderado. “É uma grande ambição, mas muito difícil de realizar. Acho que podemos vir a fazer uma grande mudança no campo das doenças mentais”.

“Medicinotecnogia”, uma relação nem sempre fácil

A disrupção da medicina é difícil e vai requerer alguma paciência, considera Tina Larson. “Tecnologia e medicina são indústrias culturalmente muito diferentes: temos a primeira muito acelerada e a segunda muito mais lenta e ‘ponderada’”.

O segredo está, segundo a responsável da Recursion, em ter humildade suficiente para aprender. “Ninguém sabe, com certeza, o que vai resultar. Um lado não pode contribuir com tudo, mas cada um dos lados pode contribuir com qualquer coisa e aprender com o outro”, afirmou.“Sejam humildes e arranjem forma de se ouvirem uns aos outros e não deixem uma cultura sobrepor se à outra”

E se há uns anos ainda havia muito ceticismo quanto à possibilidade dos dados e da tecnologia poderem causar disrupção na medicina, hoje já não há dúvidas.

“Daqui a cinco ou 10 anos os dados vão conduzir-nos às respostas e aos medicamentos certos para as doenças”.

Para Tina Larson nessa altura será possível descodificar a biologia humana no que diz respeito a terapêuticas e, possivelmente, olhar para outras aplicações como a área dos diagnósticos. “Sempre formas de descodificar a biologia para o bem”.

4 dias de agenda cheia

Já estamos no dia três do Web Summit, e de uma agenda cheia. No SAPO TEK, já tínhamos dado a conhecer 10 oradores que vale a pena ouvir no Web Summit 2021 e para ajudar a compor a sua agenda para o evento, destacamos ainda algumas das talks que deve apontar no calendário, e que poderá também consultar ao detalhe no website do Web Summit, ou na própria aplicação do evento.

Clique nas imagens para conhecer algumas talks que vale a pena acompanhar no Web Summit 2021

Dia 4 de novembro

A sustentabilidade e a luta contra as alterações climáticas também fazem parte das temáticas em debate no Web Summit 2021. Patrick Brown, CEO da Impossible Foods, sobe ao palco central para uma sessão acerca da forma como a redução do consumo de produtos animais e a escolha de uma alimentação à base de plantas pode ser uma das formas mais poderosas de pôr um travão nas alterações climáticas.

O “pai” da World Wide Web está de regresso ao Web Summit para uma sessão centrada no uso desregrado de dados. Acompanhado por John Bruce, CEO e cofundador da Inrupt, Tim Berners-Lee, também cofundador e CTO da empresa, deixará um apelo aos governantes um pouco por todo o mundo, focando-se na forma como será possível catalisar a próxima era da web.

Deixe também na caixa de comentários outras sugestões e acompanhe o trabalho do SAPO TEK no Web Summit através do dossier dedicado à conferência.

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