Nos últimos anos temos assistido a um esforço das empresas de entregas em evoluírem os seus serviços, entre os carros autónomos aos drones que realizam a distribuição em poucos minutos. A Alphabet Wing é uma dessas empresas, tendo construído uma rede de serviços de entregas rápidas, através de drones com zero emissões e sem contacto entre as pessoas.

A necessidade do distanciamento e sem contacto entre as pessoas tem sido aproveitado pelas tecnológicas no desenvolvimento destas soluções económicas e seguras, ajudado pela maior longevidade das baterias, que permitem manter os aparelhos no ar mais tempo.

James Burgess, líder da Wing, uma das empresas da família da Alphabet, a casa-mãe da Google. A empresa é especialista em entregas por drones, para chegar rapidamente a pequenas comunidades, de forma mais económica e segura. A empresa está a criar e a desenhar os seus próprios drones, assim como o software de controlo. A empresa continua a aprender como a sua tecnologia pode fazer mais pelas comunidades.

Entre as entregas, destaca produtos locais, comida, medicamentos e até café. Porque não café? Pergunta o líder da empresa “conseguimos entregar em dois ou três minutos um café, que chega ao cliente ainda quente”, serviço apreciado nos locais onde opera, como na Austrália, Helsínquia e West Virgínia, nos Estados unidos. James Burgess não escolhe o que entrega, são as pessoas que decidem o que querem. As pessoas demoram muitas vezes muitos quilómetros e demoram tempo só para ir beber um café, dando o exemplo de um produto “efémero”, mas que pode fazer a diferença quando entregue por drone.

Wing
James Burgess, CEO da Wing.

O drone tem 12 rotores verticais, e duas asas, podendo voar como um avião, mas levantar voo ou aterrar como um helicóptero. E a sua composição permite planar no ar, caso seja necessário assistir qualquer tipo de emergência. “As pessoas têm curiosidade de saber como é que os drones conseguem carregar encomendas, mas elas não necessitam de saber, apenas se o que pedem chega em condições”.

O drone está sempre sob vigilância humana, para que não haja atrasos, mas no geral são bastante autónomos e rápidos, voltando ao exemplo da entrega do café, desde que o cliente prime o botão na aplicação, até receber a bebida, pode demorar dois ou três minutos, segundo James Burgess.

Questionado sob se o drone pode ser considerado um alvo, o CEO da empresa destaca que o aparelho é pequeno e muito rápido, sendo difícil das pessoas terem tempo para pensar nisso. Mas destaca que é importante que as pessoas o vejam a passar e que se habituem a ver os aparelhos a passar no ar. Salienta os benéficos de empresas como a Amazon que também tem um serviço parecido. A empresa da Alphabet garante que pretende massificar o conceito e quantos mais players houver, melhor para todos, para oferecer o “last mile” no contexto das entregas de encomendas.

A pandemia veio acelerar todo o serviço, destacando o período entre fevereiro e maio, o aumento substancial dos pedidos de encomendas. Tiveram até encomendas de entrega de papel higiénico. Houve um café local que disse que vendeu mais café durante a pandemia através da Wing, que localmente antes do isolamento. Entregou ainda livros e brinquedos a crianças.

A Wing também está a trabalhar com outras empresas e com as reguladoras para massificar as redes de drones, dando as boas-vindas a competidores e parceiros. E qual a relação dos drones com os carros voadores, farão parte do mesmo ecossistema? O líder da Wing deseja que os céus sejam abertos a todos, naquela que será a próxima geração de mobilidade.

E o maior desafio para a Wing? “Temos tanto valor para oferecer, mas temos de lidar com a opinião pública e reguladores, para mostrar e provar a eficácia dos nossos serviços”.

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