A inteligência artificial está no centro de todas as tendências, pelo menos em discurso, há vários anos, mas a realidade começa a concretizar a expectativa e estas tecnologias já deixam a sua marca em todos os sectores e nos mais diferentes tipos de serviços. O que nos reserva o futuro? Cristina Fonseca, co-fundadora do unicórnio Talkdesk e da Cleverly.ai, que em 2021 foi comprada pela Zendesk, acredita que daqui a 10 anos cada pessoa terá o seu próprio assistente virtual.
A atual diretora-geral da Indico Capital defende que este mercado será um dos drivers de crescimento do sector, a par das necessidades das empresas no universo do B2B que, como sublinhou, já estão a acelerar desenvolvimentos. Se a tecnologia conseguir responder às necessidades do negócio, esses desenvolvimentos vão continuar a acelerar. “Daqui a 10 anos nenhuma empresa vai querer ter software idiota. Qualquer peça de software vai ter inteligência”, defendeu a responsável na sessão Me, Myself and generative AI”, do Web Summit, onde também participaram Kanu Gulati, partner da khosla Ventures, e Mark Surman, diretor executivo da Mozilla Foundation.
Os participantes concordaram que estão reunidas as condições para a massificação da IA. “Temos hoje as ferramentas para democratizar o acesso à IA”, destacou Cristina Fonseca, instrumentos que até há pouco tempo só estavam acessíveis a grandes empresas, com grande poder de computação e forte capacidade de investimento. A disponibilidade de grandes modelos de dados abriu a porta a um mercado que promete continuar a agitar as águas nos próximos anos e que terá espaço para todos os atores que nele queiram participar Defendeu-se que as grandes tecnológicas já estão bem preparadas para explorar a oportunidade, mas há espaço para todos, incluindo para as startups.
Já à margem do painel, Cristina Fonseca admitiu ao SAPO Tek reticências em relação à abordagem europeia à regulação nesta matéria. “É lenta e corremos o risco de ficar desatualizada”, antes mesmo de entrar em ação, sublinhou. “É importante ir dando pequenos passos, ir agindo”.
A cofundadora de um dos unicórnios portugueses com uma forte aposta na IA apontou para o exemplo dos Estados Unidos, onde várias organizações não lucrativas financiam em larga escala trabalho essencial para balizar os desenvolvimento em torno da inteligência artificial, como a questão da confiança. Na sua perspetiva, faz falta à Europa o mesmo tipo de movimentos.
Enquanto investidora, Cristina Fonseca diz que em Portugal há talento e bons projetos na área da IA. Destaca sobretudo a base de talento disponível em Portugal nesta área, que veio de empresas instaladas e que é um incentivo para atrair projetos para Portugal, mas também tem sido um mote para o surgimento de novas startups. Referia-se a projetos lançados por ex-colaboradores de empresas locais já de grande dimensão.
O SAPO TEK vai acompanhar toda a edição do Web Summit em direto, já a partir de hoje e até dia 4 de novembro. Siga todas as notícias aqui, seguindo também a transmissão em direto no palco principal.
Veja ainda algumas das principais imagens que a equipa do SAPO TEK vai recolhendo por dentro do Web Summit
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