Revelado na edição de 2024 do Mobile World Congress, o AI Phone da Deutsche Telekom era apenas um smartphone conceptual, destacando-se por uma interface sem apps, gerida por inteligência artificial e um sistema que pretende “ler” as mentes do utilizador. Um ano depois, o operador alemão deu o passo seguinte, anunciando no MWC 2025 que o smartphone vai avançar para a próxima etapa, a comercialização aos seus clientes.

Em vez de aplicações instaladas, como as que conhecemos atualmente nos smartphones convencionais, com atalhos espalhados pelas páginas, o AI Phone utiliza o assistente de inteligência artificial Perplexity como o copiloto do equipamento, juntamente com ferramentas de IA de outros parceiros, como o Google Cloud AI, ElevenLabs e Picsart, destaca a operadora no comunicado.

Através do assistente Magenta AI, alimentado pelo modelo Perplexity, os utilizadores podem pedir um táxi, reservar uma mesa, fazer traduções em tempo real e claro, responder às questões colocadas. “No futuro, os milhões de clientes da Deutsche Telekom vão ter sempre um mordomo virtual no AI Phone ao seu lado”, diz a operadora. Através da IA poderá escrever emails, começar chamadas telefónicas, tocar música, fazer resumos de texto, dar entrada de eventos no calendário, entre outras funções.

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Os modelos de AI Phone da empresa vão ter um assistente digital que pode ser acedido diretamente do ecrã de bloqueio ou fazendo um duplo clique no botão de energia. A operadora chamou ao seu assistente de Magenta AI, que diz oferecer experiências selecionadas de inteligência artificial aos seus clientes.

A criação de raiz de um smartphone assente em inteligência artificial, que dispensa aplicações instaladas como os que conhecemos, parece ser uma visão partilhada pela Qualcomm. Numa conferência na última Web Summit, o presidente da casa do Snapdragon, Cristiano Amon, disse que a IA transformou o ser humano na nova interface de utilização de equipamentos e computadores. Explicou que a IA generativa é a nova interface porque existe uma maior dinâmica de comunicação, as apps agora compreendem o que os utilizadores dizem, quando se interage com os computadores através de linguagem humana.

O Magenta AI do AI Phone pretende ser o companheiro de confiança do utilizador, ajudando a procurar as respostas do que deseja, com referência da fonte. A ideia é que o utilizador faça mais coisas sem andar a saltitar entre aplicações. A Deutsche Telekom pretende acabar com aquilo que chama de “selva de apps” no smartphone.

AI Phone substitui as apps por um assistente inteligente que poderá “ler” a sua mente no futuro
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Para aqueles que não querem comprar um novo smartphone também podem ter acesso a estas experiências de IA, ironicamente instalando a aplicação MeinMagenta. Além do modelo da Perplexity, que está no projeto desde 2024, a partir do verão juntam-se o Google Cloud AI (com o modelo Gemini), ElevenLabs e Picsart como novas aplicações e serviços do sistema.

Prevemos o papel da Deutsche Telekom em democratizar o acesso â melhor tecnologia de IA generativa para os nossos clientes. Esta é a nossa visão principal para a Magenta AI”, disse Jon Abrahamson, chefe de produto e digital da Deutsche Telekom. A operadora deixa elogios à Perplexity como uma das startups a manter debaixo de olho, salientando a sua capacidade de milhares de milhões de respostas respondidas em 2024. O modelo multimodal processa linguagem, texto e imagens.

A Deutsche Telekom salienta a capacidade de traduzir conversas em tempo real, assim como texto de placas ou menus e documentos através da câmara, recorrendo à API do Gemini da Google. O modelo da ElevenLabs pode converter inputs, tais como prompts, endereços web ou documentos em podcasts. O Picsart garante a criação de avatares, transformando selfies ou fotografias em diferentes estilos artísticos.

O AI Phone e o Magenta AI vão ser lançados ainda durante este ano.