O Departamento de Estado norte-americano acusou o grupo de piratas informáticos norte-coreano Kimsuky de aproveitar páginas mal configuradas para "falsificar domínios legítimos de remetentes de e-mail e ocultar de forma mais eficaz tentativas" de obter dados privados.
Num comunicado divulgado na quinta-feira, Washington disse que o Kimsuky, sob a tutela da inteligência militar da Coreia do Norte, "conduz campanhas de engenharia social em grande escala destinadas a manipular e comprometer as vítimas".
Os membros do grupo "fazem-se passar por jornalistas, académicos ou outros legítimos especialistas em assuntos do Leste Asiático com ligações credíveis aos círculos políticos norte-coreanos", referiu o alerta.
O objetivo é "recolher informações sobre eventos geopolíticos, estratégias de política externa de rivais e qualquer informação que afete os interesses norte-coreanos, através do acesso ilícito a documentos privados, pesquisas e comunicações", acrescentou.
O alerta foi emitido em conjunto pelo Departamento de Estado, a agência de investigação norte-americana FBI e a Agência de Segurança Nacional NSA.
A Agência de Segurança Cibernética e das Infraestrutura dos EUA disse em 2020 que o Kimsuky é "provavelmente encarregado pelo regime norte-coreano de [realizar] missões de inteligência global".
O grupo, que parece estar ativo desde 2012, tem como alvo indivíduos e organizações na Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos, e concentra-se em questões de política externa e segurança nacional ligadas à península coreana, política nuclear e sanções internacionais, explicou a agência federal norte-americana.
Em agosto, a polícia da Coreia do Sul acusou o Kimsuky de tentar atacar o pessoal sul-coreano que trabalhava em manobras militares conjuntas entre Seul e os Estados Unidos.
Uma investigação conjunta da polícia sul-coreana e dos militares dos EUA rastreou o endereço usado pelos hackers, identificado em 2014 durante um ataque ao operador de um reator nuclear na Coreia do Sul.
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