Perdemos entre 11% a 20% do tempo que passamos ao computador, a tentar resolver problemas técnicos. Esta é uma das conclusões do mais recente estudo da Universidade de Copenhaga, elaborado em parceria com a Universidade de Roskilde. As instituições consideram que repensar os sistemas e envolver os utilizadores no desenvolvimento de novas soluções informáticas seria substancialmente vantajoso para a sociedade.
"É impressionante que o número seja tão alto. Sabemos que é muito difícil desenvolver sistemas que se encaixem perfeitamente nas necessidades dos utilizadores, mas os valores têm de ser mais baixos. O que este resultado nos mostra é que o cidadão comum não está envolvido nos processos de desenvolvimento do software", diz Kasper Hornbæk, um dos investigadores responsáveis pelo estudo.
Outro dos envolvidos sublinha que a maioria das frustrações que sentimos em frente a um computador, nasce quando tentamos completar tarefas mundanas. "A irritação não acontece porque estamos a tentar usar os nossos computadores para concretizar algo de muito avançado, mas sim nos processos relacionados com as coisas mais rotineiras. Isto significa que os problemas são mais fáceis de identificar e que os utilizadores podem ser envolvidos nesse momento, mas significa também que os problemas que não forem identificados e resolvidos, acabarão por impactar um número maior de utilizadores", afirma Morten Hertzum.
"O sistema está lento", "o sistema bloqueou temporariamente", o "o sistema foi abaixo" e "é difícil encontrar o que procuro" foram algumas das queixas mais enunciadas pelos participantes deste estudo que contou com 234 voluntários, todos eles com um trabalho que exige que passem entre 6 a 8 horas diárias ao computador.
Alguns destes problemas repetem-se há 15-20 anos, diz Kasper Hornbæk. Hertzum nota que "a nossa tecnologia pode fazer muito mais, hoje, e é normal que esperemos mais dela".
Face aos resultados obtidos, o estudo conclui ainda que, numa semana de trabalho, o equivalente a um dia é passado na resolução de problemas, o que impacta negativamente a produtividade dos trabalhadores e a sua moral.
"A solução pode passar por impedir o utilizador de saber que o computador está a trabalhar na resolução de um problema. Na realidade, não razão para que tenhamos de olhar para uma janela pop-up, repleta de comandos incompreensíveis, ou para um sistema bloqueado. O computador pode resolver estes problemas em segundo plano sem nos alertar, para que possamos continuar a trabalhar ou a realizar outras tarefas sem sobressaltos", sugere Hornbæk.
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