Já não é novidade que a divisão da Google dedicada à investigação na área da inteligência artificial (IA) tem ajudado os profissionais de saúde a proporcionarem melhores cuidados às doentes. Dois estudos da Google IA, de 2018, foram recentemente publicados em duas revistas médicas, revelando os benefícios do deep learning na classificação do cancro da próstata e da realidade aumentada (RA) na deteção do cancro.
Tal como a Organização Mundial da Saúde (OMS) define, cancro é um "termo genérico para um grande conjunto de doenças, caracterizado pelo crescimento de células “anormais”, além dos seus limites comuns, que podem "atacar" partes adjacentes do corpo e/ou espalharem-se para outros órgãos".
O cancro é a segunda principal causa de morte no mundo e a OMS estima que em 2018 tenha sido responsável por 9,6 milhões de mortes.
Apesar de a investigação de RA já ser de 2018, o facto de ter sido publicada numa revista médica em agosto deste ano, a Nature Medicine, ganha ainda outra dimensão. O estudo descreve um protótipo de uma plataforma de um microscópio de Realidade Aumentada que a Google considera que ajuda os médicos a diagnosticarem de forma mais rápida e precisa o tipo de cancro de cada paciente.
A tecnologia foi testada em duas doenças, o cancro da mama e da próstata, e a equipa fala em "bons resultados", mas acredita que podem ser melhorados com mais treino. Na prática, a plataforma consiste num microscópico modificado que permite a análise de imagens em tempo real e a apresentação dos resultados dos algoritmos de machine learning diretamente acessíveis no campo de visão.
De acordo com a Google a tecnologia pode ser adaptada em vários modelos de microscópios já existentes em hospitais e clínicas de todo o mundo, através de componentes de "baixo custo", fornecendo várias "ajudas" aos médicos, desde texto, setas, contornos, mapas de temperatura ou animações.
Mas a gigante tecnológica garante que este sistema pode ser aplicado a outras doenças, como as infecciosas, e ter um impacto ainda maior na saúde a nível mundial.
Já a outra investigação focou-se essencialmente no cancro da próstata, doença que a OMS afirma ser uma das mais comuns nos homens. No entanto, os investigadores da Google IA explicam que geralmente os cancros da próstata não são muito agressivos, tornando-se por vezes difícil determinar se a doença representa um risco suficiente para justificar tratamentos como a remoção cirúrgica da próstata (prostatectomia) ou a radioterapia.
Apesar de já existir naturalmente uma forma de diagnóstico da doença, o chamado Grau de Gleason, é “complexa e subjetiva" de acordo com a Google. Por isso, a equipa desenvolveu um sistema de deep learning, que desempenha um trabalho semelhante a de um patologista, profissional que se dedica ao diagnóstico, análise e deteção da causa da doença.
Enquanto a tecnologia apresentou uma taxa de precisão de 70%, nos casos dos patologistas esse valor desceu para 61% e de entre os 10 profissionais de saúde selecionados, o sistema só não desempenhou um melhor “trabalho” do que dois patologistas. Desta forma, a tecnologia identificou de uma forma mais exata os pacientes com maior risco de reincidência após a cirurgia.
A tecnologia tem sido cada vez mais aplicada em diversas áreas e a saúde não tem sido exceção. Ainda no final de 2018 a Google IA desenvolveu uma ferramenta baseada em machine learning e deep learning capaz de detetar casos de cancro de mama em estado avançado e mais recentemente uma aplicada ao cancro do pulmão.
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